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Frei Gaspar para durante enterro das vítimas da tragédia em estrada

Onze das 12 pessoas que morreram no acidente com micro-ônibus foram enterradas no município. Quatro vítimas seguem internadas, duas em estado grave

postado em 09/04/2011 19:17

Frei Gaspar - A pequena cidade de Frei Gaspar, no Vale do Mucuri, com pouco mais de 5 mil habitantes, parou na tarde deste sábado para despedir de 11 das 12 pessoas que morreram no grave acidente com um micro-ônibus ocorrido na noite anterior na rodovia MG-342. Os 11 corpos foram velados no ginásio da cidade. Já o corpo do motorista Vilmar Pereira de Magalhães, de 37 anos, foi velado e enterrado no distrito de São Miguel, em Ataleia.

Muita comoção tomou conta do velório em Frei Gaspar, onde foi realizado um culto ecumênico. A maioria dos moradores da cidade era parente ou amigo de pelo menos uma das vítimas. Entre os mortos havia mãe e filha, cujos corpos foram enterrados no mausoléu da família em Teófilo Otoni. Eram elas Sueli Gomes Burkzem, 54 anos, e Natáilia Burkzem Rodrigues, 26 anos.

Desde 1981, Sueli trabalhava na alfabetização das crianças de Frei Gaspar. Formada em magistério, ela lecionou para diversas gerações e, por isso, era muito querida por toda a cidade. Casada duas vezes, ela teve sete filhos e, por gostar muito de crianças, adotou outras seis. Além dos seis filhos legítimos e seis adotivos, ela deixou nove netos.

Outra família também perdeu dois entes na tragédia. Maria Vilma Pacheco, 30 anos, e a sobrinha Thaís Pacheco da Silva, de 19, viajavam juntas no micro-ônibus. As outras vítimas, que não tinham parentesco direto, eram Rosana Teixeira Passos, 29, Adelina de Matos Neiva Rodrigues, 46, Maira Vieira, 19, Rubiana Fernandes Meireles, também de 19 anos, Jailton Ramalho de Souza, 42, Maria Helena Lopes, 26, e Iarque Nunes Miranda, 33. Este chegou a ser socorrido com vida, mas chegou morto ao hospital.

Os 24 passageiros do micro-ônibus seguiam de Frei Gaspar para o município de Itambacuri, também no Vale do Mucuri, onde é realizada a Micarity, uma micareta que teve início nessa sexta-feira e termina no domingo, com diversos shows musicais. Todas as vítimas, entre mortos e feridos, iriam trabalhar na festa. Oito delas atuariam como caixas nas barraquinhas do evento, enquanto os demais seriam atendentes. Cada um receberia em média R$ 150 pelos três dias de trabalho.

Relato de um sobrevivente
Com uma torção no pescoço e diversas escoriações, o jovem Rafael Souza da Silva, de 25 anos, fez questão de acompanhar o velório da prima Taís. Ele recebeu alta ainda na noite dessa sexta-feira. Ele contou que estava na terceira fila de cadeiras do micro-ônibus e narrou os momentos que antecederam a tragédia.

Segundo ele, o motorista Vilmar pediu que os passageiros tivessem paciência porque, após a primeira sequência de curvas no trecho conhecido como Serra da Samanbaia, o veículo teria perdido os freios na pista molhada.

;Ele tentou segurar o veículo na marcha, mas não conseguiu e passou direto na curva. Aí eu já não me lembro de mais nada. Só fui acordar no hospital.

Feridos
Das 13 pessoas que ficaram feridas, quatro ainda seguiam internadas na noite deste sábado no Hospital Santa Rosália, em Teófilo Otoni. Entre elas, Bruno Rodrigues Santana, de 19 anos, e Jacques Celso Leal Guimarães, 34, estavam em estado grave e ainda corriam risco de morrer. Eles estavam entubados e respiravam com ajuda de aparelhos. Já Márcia Vieira, 32, e Simone Rodrigues Batista, 25, permaneciam em observação na enfermaria da cidade e estavam livre de perigo.

Entre as vítimas que receberam alta estava Maurício Alves dos Santos, 24, marido de Thaís que morreu no acidente. Também tiveram alta Silvano Alves dos santos, 27, Edinei Rodrigues Chaves de Carvalho, 31, Maurício do Carmo Neto, 31, Elivaldo Pacheco Silva, 25, Thalita Ramalho Santos, 18, Adimilson de Souza Araújo Júnior, 17, e Rafael, primo de Thaís.

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