postado em 11/04/2011 00:26
No primeiro dia de aulas da Escola Municipal Tasso da Silveira, o sargento da Polícia Militar Márcio Alves voltará fardado ao lugar onde socorreu crianças baleadas na cabeça e impediu que um atirador enfurecido fizesse mais vítimas. Alertado por um aluno ferido sobre o massacre, enquanto fazia uma blitz perto do colégio, o sargento quer participar do trabalho psicológico com as crianças. ;Fui convidado pela direção para visitar a escola, e claro que quero ajudar a tentar tranquilizar os alunos. Agora, minha missão é motivar todos os estudantes, porque é importante continar estudando naquele colégio. Vou falar que isso não vai acontecer de novo e que a rotina vai voltar naturalmente. Eles precisam ter confiança;, afirmou o PM.
Trauma
Há 18 anos na corporação, o sargento sustenta que nunca viveu numa situação tão triste. Ele diz que a frieza do assassino lhe chamou a atenção e que, quando fecha os olhos para dormir, não para de pensar nas crianças caídas no chão. ;Tenho um filho de 12 anos, que também está muito impressionado com tudo. Na escola dele, ninguém fala sobre o assunto. Preferem o silêncio. Eu, quando fecho os olhos, ouço a gritaria das crianças, lembro-me daquele desespero. Foi um trauma muito grande para toda a sociedade, mas vamos superar com amor e solidariedade;, diz Alves.
Ontem pela manhã, enquanto caminhava pelo Bairro de Campo Grande, também na Zona Oeste, a caminho do mercado para comprar a carne do almoço, o sargento recebeu abraços e cumprimentos dos vizinhos. ;Cumpri o meu dever de proteger a sociedade. Pena que não consegui chegar cinco minutos antes;. (PS)