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Reconstrução da região serrana fluminense é travada pela burocracia

postado em 12/04/2011 20:11

Tratores trabalham na reconstrução após a destruição causada pelas fortes chuvas, no distrito de Itaipava, em Petrópolis (RJ).Rio de Janeiro - O governo fluminense espera iniciar nos próximos 35 dias ações efetivas de contenção das encostas abaladas pelas chuvas de janeiro na região serrana fluminense. A informação foi dada nesta terça-feira (12/4) à Agência Brasil pelo subsecretário Extraordinário para a Região Serrana, Affonso Monnerat.

Essa foi a resposta do Poder Público às queixas de associações de moradores e vítimas da região, que exigem maior agilidade nas obras de reconstrução das comunidades destruídas pelas enxurradas do último verão. Mesmo argumentando que ;esse é um trabalho bastante demorado;, o subsecretário admitiu que a burocracia é um empecilho. ;Infelizmente, Brasil é Brasil. Não tem como evitar;. Por isso, poucas medidas concretas foram tomadas até agora, depois de três meses da catástrofe.

Os estudos que vêm sendo desenvolvidos por iniciativa do governo do estado abrangem quatro áreas: unidades habitacionais, encostas, dragagens e infraestrutura urbana e de transportes (reconstrução de pontes, escolas, estradas e ruas). Pelo tamanho do desastre, ainda não foi levantado o total necessário de recursos à reconstrução, disse o subsecretário.

[SAIBAMAIS]Monnerat informou que o governo já sabe onde devem ser construídas pontes nos municípios afetados. Como os leitos dos rios foram deslocados pela enxurrada, a subsecretaria está em contato direto com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para que as obras comecem. ;Isso é jogo rápido;, garantiu Monnerat.

No que se refere às encostas, foi montado um grupo de técnicos da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) e da Fundação Geo Rio que, em conjunto com as prefeituras, identificou as prioridades. Mas a burocracia impede que os projetos saiam do papel. ;Esse processo volta para a Emop, onde está sendo montado um projeto básico para fazer a apresentação do projeto executivo;.

Na área de habitação, foi identificado e aprovado um terreno em Teresópolis para construção de casas aos desabrigados das chuvas. Trata-se da Fazenda Hermitage, onde serão construídas 1,4 mil residências. Outra área se encontra em fase de sondagem, mas ainda não foi divulgado o resultado. Mas, até agora, nenhm tijolo foi assentado.

Em Teresópolis, foi feito um trabalho inicial de dragagem dos rios da região do distrito de Vieiras. ;Não é o trabalho final. Foi para dar um alívio;. O trabalho total de dragagem na região também não foi iniciado.

Em Nova Friburgo, o problema principal é a falta de terrenos para habitação. ;É complicadíssimo;, lamentou o subsecretário. Cinco áreas já foram analisadas e descartadas por não apresentar condições favoráveis à construção. ;Quando a área é boa, é longe demais e demanda obras de infraestrutura externa e interna que acabam mais caras do que a residência;. Outras duas áreas, nos bairros de Varginha e Amparo, estão sendo examinadas.

Ainda em Nova Friburgo, o governo também iniciou a dragagem do Córrego Dantas, uma das áreas mais atingidas pela enxurrada de janeiro. ;Não é a dragagem ideal, mas, com esse trabalho, vai ficar melhor do que estava no dia 12 [de janeiro, dia da tragédia]. Mas não é ainda o trabalho final;.

No município de Petrópolis, o maior problema também é a falta de terrenos apropriados para habitação. ;Não tem terrenos para grande quantidade de unidades habitacionais;, reconheceu o subsecretário. Os serviços de dragagem mostram alguns avanços no Rio Santo Antonio, disse Monnerat.

Sobre a demorada para o início das obras de maior envergadura, Monnerat explicou que, apesar da "angústia [dos moradores afetados], não dá para atropelar". E acredita que, "tecnicamente, a gente está avançando rápido demais;. Segundo o subsecretário, a expectativa é que as primeiras casas para os desabrigados fiquem prontas em 12 meses.

Monnerat assegurou que as necessidades dos habitantes dos demais municípios atingidos pelas chuvas, como Sumidouro e São José do vale do Rio Preto, estão sendo atendidas da mesma forma. A diferença, segundo ele, é que essas cidades não tem moradores importantes nem despertam a atenção dos meios de comunicação. ;Não têm muita mídia, não mora nenhum desembargador. Todo esse trabalho de pontes, encostas, residências, nós estamos levando para os outros municípios também;, assegurou ele.

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