postado em 15/04/2011 07:00
Após o abalo causado entre os parentes das vítimas do Air Bus A 330 com a notícia da descoberta de corpos entre os destroços do avião que caiu em 31 de maio de 2009, matando 228 pessoas, outra declaração do governo francês provoca sofrimento entre as famílias. A Secretaria de Transporte francesa afirmou que a operação de retirada das ferragens pode não resultar no resgate dos restos mortais encontrados no fundo do Oceano Atlântico.
Anteriormente, a secretaria havia informado que o foco do trabalho de emersão seria direcionado às peças da aeronave. A nova ênfase na investigação técnica deve-se à dúvida da capacidade das máquinas de efetuarem com sucesso a operação de resgate dos corpos. O medo é de que os restos mortais não resistam à tentativa de içamento, que será realizada por cabos e robôs submarinos.
Para o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447, Nelson Faria Marinho, o vaivém de informações provocado pelo governo francês ; responsável pelas investigações sobre as causas do acidente ; é traumático. ;Eles não deviam divulgar esse tipo de coisa, sem uma confirmação. Com certeza, foram precipitados.; Ele acredita que a repercussão da nova notícia vai gerar mais sofrimento entre as famílias que ainda não tiveram os corpos de seus parentes resgatados ; na primeira busca pelos destroços, logo após o acidente, restos mortais de 50 pessoas foram encontrados. ;Muita gente já tinha se conformado em deixar os entes queridos descansarem no fundo do oceano e a notícia trouxe a esperança de que iam poder enterrar seus filhos, pais, avós, companheiros. E agora vem isso;, desabafou Marinho.
Destroços do voo AF 447 foram encontrados no fundo do oceano 10 dias após o início da quarta fase de buscas pela fuselagem do avião, iniciada em 22 de março. O navio francês que fará o resgate dos pedaços do avião vai sair de Cabo Verde no próximo dia 21, parar em Pernambuco para abastecimento e iniciar logo em seguida as operações de emersão.