postado em 14/06/2011 08:38
A Polícia Civil de Pernambuco deve ouvir mais uma vez as duas meninas, de 12 e 13 anos, supostamente envolvidas no envenenamento e na morte de Emerson Gomes da Silva, 12 anos. O adolescente morreu depois de comer um biscoito com veneno para ratos, o popular chumbinho, entregue a ele pelas garotas na Escola Luiz Alberto Russo, em Jaboatão dos Guararapes.A suspeita é de que as meninas pretendiam envenenar outras duas estudantes. Elas teriam pedido à vítima que entregasse um pacote de biscoito às garotas, mas, sem saber do plano, Emerson comeu o produto envenenado. Todos estudavam na 6; série do ensino médio do colégio.
Quando chegou em casa, depois de comer o biscoito, a vítima começou a reclamar de fortes dores abdominais. A mãe, Jacilene Belarmino da Silva, 32 anos, percebendo que o filho não melhorava, decidiu levá-lo ao Hospital Geral de Prazeres, mas Emerson morreu durante o caminho. Na unidade de saúde, o médico responsável pelo atendimento do garoto alertou aos pais sobre o envenenamento. O garoto foi enterrado na última quarta-feira.
O pai da vítima, Mário Gomes da Silva, disse que seu filho morreu por engano e que não sabia o motivo da rixa entre as adolescentes. ;A nossa família está destruída;, afirmou ao Correio. ;Temos outras duas crianças, mas ele era o único homem.
A Justiça do céu é quem vai resolver;. Segundo Mário Gomes, apesar de não estudar na mesma sala das suspeitas, Emerson era amigo delas.
Vingança
Na sexta-feira, as acusadas foram ouvidas pela delegada Mariana Vilas Boas, da Gerência de Proteção a Criança e ao Adolescente (GPCA) de Prazeres. Durante o depoimento, uma delas disse ter comprado um pacote de biscoitos e colocado o chumbinho. A intenção era envenenar outras garotas por vingança. Além das adolescentes suspeitas, alunos, funcionários e professores da escola foram ouvidos na GPCA.
De acordo com a delegada, exames preliminares confirmaram a presença de veneno no biscoito, mas o laudo do Instituto Médico Legal (IML) com a causa da morte do adolescente sairá em no máximo 30 dias. A Polícia não descarta a possibilidade de as adolescentes terem tentado matar as rivais outras vezes. Se o envenenamento da semana passada for comprovado, elas podem ser responsabilizadas por ato infracional análogo ao crime de homicídio e poderão cumprir medidas socioeducativas por um período de até três anos. No momento, elas aguardam o fim das investigações em casa.