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Acusados de fraudar licitações em hospitais de SP pedem demissão

postado em 20/06/2011 16:23
São Paulo ; O coordenador de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo, Ricardo Tardelli, e o secretário estadual de Esporte, Lazer e Turismo, Jorge Pagura, pediram demissão após a denúncia da participação deles em um esquema que fraudava licitações e o pagamento de plantões médicos em hospitais estaduais.

Pagura nega participação no caso. Ele afirma que pediu demissão para facilitar o esclarecimento dos fatos pelo Ministério Público e pela Corregedoria-Geral da Administração. O pedido de demissão, feito na última sexta-feira, foi aceito pelo governador Geraldo Alckmin. Tardelli, que pediu demissão hoje (20), também nega ter conhecimento das fraudes. Segundo a Secretaria de Saúde estadual, ele pediu desligamento do cargo para permitir mais transparência às investigações.

A Secretaria de Saúde determinou auditoria em todos os hospitais estaduais e também informou que vai implantar o ponto eletrônico em todos eles.

Na sexta-feira, a secretaria decretou intervenção no Conjunto Hospital de Sorocaba (CHS), que presta serviços a 48 municípios da região. O hospital foi alvo de uma operação comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Sorocaba e pelo Grupo Antissequestro da cidade. Foram presos 12 médicos e enfermeiros que atuavam no hospital, acusados de participar de um esquema que fraudava licitações e o pagamento de plantões.

Segundo a secretaria, um interventor vai ser nomeado nos próximos dias para garantir a assistência médica que é prestada pela unidade e permitir que os fatos sejam esclarecidos.

A secretaria também informou que o atual diretor da unidade, Heitor Fernando Xediek Consani, preso na sexta-feira e acusado de participação no esquema, foi afastado do cargo.

De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa, que era chefiada pelo ex-diretor do CHS Ricardo José Salim, desviava verbas destinadas ao pagamento de plantões a servidores do hospital, direcionando-as para beneficiários que não cumpriam suas jornadas de trabalho.

Segundo o Ministério Público, as investigações também revelaram a existência de funcionários fantasmas e a prática de falsificações, estelionato e fraudes em licitações, com o favorecimento e o direcionamento dos certames.

Os suspeitos vão responder pelos crimes de peculato, formação de quadrilha, crimes em licitação, quebra de sigilo da lei de interceptação, tráfico de influência e falsificação de documentos públicos e particulares.

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