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Operação recolhe 58 usuários de crack na zona norte do Rio

postado em 28/06/2011 14:22
Rio de Janeiro ; Em mais uma operação contra o consumo de crack no Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Assistência Social, com apoio das polícias Militar e Civil, recolheu nesta terça-feira (28/6) 58 pessoas, sendo dez crianças e adolescentes, na Favela de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. Entre os 48 adultos, havia duas grávidas. Dois suspeitos de tráfico de drogas foram presos.

Além disso, foram apreendidas cocaína, maconha e pedras de crack, além de facas, cachimbos e materiais para embalar as drogas. Os adultos foram levados para o 22; Batalhão da Polícia Militar, na região, onde passarão por uma triagem, enquanto os menores foram para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). De lá, serão encaminhados para o Centro de Recepção da prefeitura, onde médicos e psiquiatras verificarão se há dependência química.

De acordo com a diretora de Proteção Especial da secretaria, Daphne Braga, se o vício for diagnosticado em meninos e meninas de 8 a 14 anos, eles irão para o abrigo especializado de recuperação, chamado Casa Viva, recém-inaugurado pela prefeitura. Segundo ela, o espaço tem capacidade para 25 crianças e adolescentes. Atualmente, nove estão no local, mas a expectativa é que esse número aumente após a operação de hoje. ;Quando ele chega à Casa Viva é avaliado novamente pela equipe médica, de psicólogos e assistências sociais, que vai traçar um plano de atendimento individualizado. Se for necessária a medicação, será dada;, disse a diretora. ;Lá ele vai ter atividades direcionadas, a gente tem terapia ocupacional e estamos contratando uma psicopedagoga. Ele não vai ficar a vida toda aqui. A gente vai prepará-lo para voltar à família e se reinserir socialmente;, completou.

Daphne Braga ressaltou que, após a resolução da prefeitura carioca que garante a internação compulsória, a preocupação com a segurança, para evitar fugas, é grande. Segundo ela, os muros da instituição são altos, há grades e as portas estão sempre fechadas. ;A secretaria fez um investimento grande nos vigilantes. Como o menino já chega ao abrigo com os vínculos partidos, a vontade de voltar para rua é muito grande. A rua é que dá o limite e dentro do abrigo tem toda uma rotina, da qual ele não tem vontade de participar. E aí a gente precisa segurar esse menino;, explicou.

Segundo a diretora, o uso da droga faz com que as crianças e adolescentes cheguem transtornados ao abrigo. Ela disse que não é fácil ganhar a confiança do jovem. ;O atendimento com toda é equipe é a base da conquista a cada dia. Muitas vezes, ele se direciona ao educador, que é diferente do médico ou assistente social. Ele escolhe, cada menino tem o seu preferido e acaba criando um vínculo com alguém. Isso é importantíssimo para ele ter sucesso no tratamento.;

A operação em Manguinhos começou às 5h. De acordo com levantamento da Polícia Militar, há pelo menos oito pontos de consumo da droga na comunidade. Segundo a secretaria, nos últimos três meses, esta foi a 16; operação de acolhimento de usuários de drogas. Ao todo, já foram recolhidas 1.028 pessoas, sendo 825 adultos e 203 crianças e adolescentes.

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