Brasil

Operação da PF desmonta organização criminosa que fraudava Receita Federal

postado em 28/06/2011 18:38
São Paulo ; Uma organização criminosa que contrabandeava mercadorias e remetia dinheiro ilegalmente para o exterior foi desmontada nesta terça-feira (28/6) pela Polícia Federal. A Operação Pomar, assim chamada por causa do grande número de pessoas que eram usadas como ;laranjas;, prendeu 15 acusados, entre eles, empresários e despachantes aduaneiros. A Receita Federal estima que cerca de R$ 1 bilhão em impostos tenham deixado de ser recolhidos por ano pelo esquema criminoso.

Segundo José Edilson de Souza Freitas, delegado da Polícia Federal e coordenador da operação, dois suspeitos ainda estão foragidos. O delegado também disse que 73 pessoas foram indiciadas, uma delas é auditor da Receita Federal, que facilitava a entrada de mercadorias ilegais no país.

;O resultado final era o não recolhimento dos impostos. A mercadoria adentrava o território nacional, não recolhia os impostos, fazia-se uma nota de venda para as empresas que seriam os reais consumidores. E essas empresas se beneficiavam do valor fiscal. A diferença de valor entre o produto pago, que efetivamente era declarado, ou entre o pago e o que não era recolhido em tributo, era mandado para o exterior;, explicou.

As mercadorias contrabandeadas eram basicamente tecidos, roupas e complementos (como zíperes). ;A maior parte da mercadoria vinha da China e desembarcava no Brasil por meio dos portos do Espírito Santo, Rio de Janeiro, de São Paulo e Santa Catarina;, disse o delegado.

Depois que entravam no país, os produtos eram levados para depósitos, onde eram manufaturados ou revendidos e, segundo Freitas, ;iam parar no mercado varejista, nas conhecidas regiões de vendas de tecido, principalmente em São Paulo, em regiões como Brás, Pari e 25 de Março;.

Em apenas um galpão, foram encontradas mercadorias ilegais que lotariam 100 carretas. Além disso, de acordo com o delegado, foram apreendidas, somente hoje, 57 carretas com cerca de 30 toneladas de produtos cada uma, R$ 700 mil em dinheiro, R$ 2 milhões em cheques, armamentos e veículos. Alguns imóveis, barcos, carros e motos pertencentes aos acusados foram sequestrados ;como maneira de ressarcir o Poder Público;.

"A organização usava muitas pessoas físicas e jurídicas, os ;laranjas;, para ocultar o real beneficiário da operação;, disse Marcos Fernando Prado de Siqueira, superintendente adjunto da Receita Federal em São Paulo. Segundo ele, com a deflagração da Operação Pomar, a Receita Federal conseguiu identificar o real beneficiário dessa importação. ;Mais de 40 pessoas jurídicas e cerca de 100 pessoas físicas foram usadas nesse esquema como ;laranjas;;, disse.

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