postado em 05/07/2011 08:00
O ministro da Educação, Fernando Haddad, receberá uma missão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB): supervisionar as faculdades de direito que não aprovam estudantes no Exame de Ordem. O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, apresentará oficialmente os dados do último exame à pasta da educação: 81 das 610 faculdades que submeteram estudantes do último ano do curso não tiveram nenhum candidato aprovado ; um índice de 13%. De acordo com a OAB, essa avaliação será feita também nos próximos exames, quando será observada uma possível reincidência. O presidente da OAB iniciou um estudo sobre a viabilidade de tentar punir as faculdades ; inclusive com o fechamento do curso ; por via judicial.;O aluno não pode ser o único prejudicado pelo péssimo ensino. A OAB está cumprindo a sua parte e vai tomar providências em relação às faculdades sem qualidade;, afirmou o coordenador nacional do Exame de Ordem e secretário-geral da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho. Das faculdades sem nenhuma aprovação, três estão localizadas no Distrito Federal: Faculdades Integradas Unicesp, Fortium e Faculdade Espam, incorporada à Faculdade Projeção. Elas tiveram, respectivamente, um, dois e oito inscritos no último exame. De acordo com o coordenador, a maioria dos 81 cursos apresentou mais de 40 inscritos e, no caso das instituições do DF, a reprovação pode não representar a má qualidade do ensino, em função do baixo número de inscritos.
A coordenação do curso de direito da Unicesp informou que legitima o Exame da Ordem, mas reiterou que a proporcionalidade dos aprovados foi relatada de forma distorcida, já que a reprovação de um único aluno representou 100% de reprovação. Procurado pelo Correio, o diretor administrativo da Faculdade Projeção, Lauri Tadeu Martins, disse que não existe um resultado oficial da prova. ;Pelo nosso controle, temos 10 alunos aprovados.; A direção da Fortium não foi encontrada pela reportagem.
A OAB divulgou também as sete instituições com melhor desempenho no exame. A Universidade de Brasília (UnB) faz parte da lista. Segundo Marcus Vinícius, a grande maioria das faculdades sem aprovação representam instituições totalmente desvinculadas do ambiente jurídico da pesquisa.
O coordenador critica ainda postura do MEC em relação à criação de novos cursos. ;Eles autorizam a criação de novos cursos de forma desproporcional, não razoável. Já temos mais de 1.100 faculdades de direito e eles aprovaram mais 40 faculdades neste ano;, afirmou.