Brasil

Defesa Civil de SP vistoria área atingida por deslizamento de terra

postado em 08/07/2011 16:17
São Paulo - Equipes da Defesa Civil de São Paulo estão vistoriando desde o início da manhã desta sexta-feira (8/7) a área que atingida ontem por um deslizamento de terra, no Morro dos Macacos, em Cidade Ademar, na zona sul. Segundo a Defesa Civil, dos mais de 50 imóveis interditados ontem (7), 24 continuam fechados para os moradores.

No deslizamento, morreram uma jovem de 17 anos de idade, que estava grávida, e um menino de três anos. Dois adolescentes de 15 e 16 anos ficaram feridos. Dez casas foram afetadas e terão que ser demolidas.

[SAIBAMAIS]O promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo Maurício Antonio Ribeiro Lopes instaurou um inquérito civil para apurar se houve imperícia e negligência nas obras de contenção de encostas que estavam sendo feitas no local pela Secretaria de Habitação. Para os moradores, as obras podem ter contribuído para o acidente.

A subprefeitura de Cidade Ademar e a Secretaria Municipal de Habitação tem 15 dias para responder às solicitações feitas pelo promotor.

Segundo a prefeitura, a urbanização do Morro dos Macacos teve início em 2010. Na área, invadida na década de 1980 e considerada de alto risco de deslizamento, moram cerca de 2 mil pessoas. A Secretaria Municipal de Habitação informou que 422 das 500 famílias que moram no morro aceitaram o auxílio-aluguel oferecido pela prefeitura paulistana, no valor de R$ 300 mensais. Essas famílias vão receber, posteriormente, moradias que serão construídas na região.

No local onde ocorreu o acidente, além do trabalho de contenção de enconstas, também estavam sendo feitas obras de drenagem, coleta de esgoto, canalização de córrego e de construção de unidades habitacionais. As obras continuarão sendo feitas por meio do Programa Mananciais e a previsão é que sejam concluídas até o fim do ano que vem.

Um mapeamento feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para a prefeitura de São Paulo no ano passado concluiu que há 407 áreas de risco na capital: 176 na região sul, 107 na região norte, 100 na leste e 24 na oeste. De acordo com o mapeamento, divulgado em fevereiro, 27% das moradias estão instaladas em áreas de alto ou muito alto risco, o que corresponde a cerca de 29 mil moradias ou aproximadamente 115 mil habitantes. Nos setores de risco médio e baixo está concentrada a maioria das moradias: 73%, que representam mais de 105 mil unidades residenciais.

Só em Cidade Ademar, onde ontem ocorreu o acidente, 24 áreas de risco foram mapeadas pelo IPT. As áreas de risco da capital, inclusive as de Cidade Ademar, estão listadas na página da prefeitura paulistana na internet.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação