postado em 10/07/2011 13:48
São Paulo ; O governo do estado de Mato Grosso e a Fundação Nacional do Índio (Funai) vão assinar um acordo de cooperação para evitar o desmatamento e ampliar a proteção aos índios no entorno no Parque Indígena do Xingu, que está completando meio século de criação. O diretor de Promoção para o Desenvolvimento Sustentável da Funai, Aloysio Guapindaia, disse à Agência Brasil que o órgão sabe dos problemas que existem no entorno da reserva e reconhece que são uma ameaça aos índios.O cacique Kotok Kamaiurá, 53 anos, líder da etnia Kamaiurá, que vive no sul do parque, denominado Alto Xingu, reclama que os índios "já não conseguem pescar e fazer roça como no passado; e que não tem muito o que comemorar. "A gente sofre muito com o desmatamento, com as queimadas. O rio também baixou bastante. O governo ainda quer construir [a Hidrelétrica de] Belo Monte. Estamos preocupados;.
Para a antropóloga Marina Kahn, que trabalha com índios do Xingu há mais de 30 anos, defende medidas que recuperem a qualidade de vida nas aldeias. ;A preservação do entorno do parque é fundamental, pois tem efeito direto sobre o que ocorre dentro da área reservada aos índios. No Parque do Xingu, tudo continua preservado. O entorno é que tem que mudar;. Ela lembra que ;o desmatamento na nascente de um rio que corta o parque prejudica a qualidade da água que chega até os índios;.
A criação do Parque Indígena do Xingu é considerada um marco da política de proteção aos índios brasileiros. Com quase 27 mil quilômetros quadrados de área, a primeira grande reserva indígena do país foi demarcada em 1961 e garantiu a sobrevivência de 16 etnias, ameaçadas pela exploração de recursos naturais e colonização da Amazônia. Passados 50 anos, porém, o território já não é o mesmo reduto de proteção. Localizado no meio do estado de Mato Grosso e na rota da expansão agrícola nacional, o parque sofre com mudanças no ambiente que o cerca.