Diário de Pernambuco
postado em 14/07/2011 13:00
A Agência Nacional de Aviação (Anac) realiza na manhã desta quinta-feira (14/7) uma vistoria na segunda aeronave da Noar, idêntica ao modelo LET/410, de fabricação tcheca, que caiu na manhã de ontem no Recife, matando todas as 16 pessoas a bordo. A inspeção acontece no Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre.Enquanto isso, os passageiros que compraram bilhetes à empresa de aviação ainda tentam, no aeroporto, ter os voos transferidos para outras empresas.
Segundo especialistas, a queda do bimotor da companhia aérea Noar pode ter sido causada por falha mecânica. Para o especialista em prevenção de acidentes aeronáuticos Marcus Silva Reis, referência nacional sobre o assunto, só uma pane poderia explicar porque o piloto não conseguiu controlar a aeronave. Prova disso, de acordo com Marcus, é que ele se comunicou com a torre de controle de voos e tentou retornar ao aeroporto. O LET-410 tem como característica voos menos velozes. O avião que caiu, inclusive, tinha passado por manutenção no último fim de semana, feita pela empresa General Electric (GE), com a presença de um representante da fábrica do bimotor. A revisão durou três dias e foi iniciada na sexta-feira.
[SAIBAMAIS]
É a segunda vez que um LET-410 caí no país. Em 2006, outro acidente aconteceu na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro. O modelo, produzido pela empresa tcheca Aircraft Industries, vem se popularizando no Brasil. De acordo com a consultoria Aviation Safety Network, dos 1.100 aviões produzidos pela Aircraft, 105 sofreram acidentes desde 1981. O avião que operava pela Noar foi fabricado há apenas um ano. As causas do acidente no Recife estão sendo apuradas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília (DF). As caixas-pretas da aeronave (gravadores de dados e voz) já foram encaminhadas à sede do Cenipa. O diálogo do piloto com a torre de controle é a chave para esclarecer os motivos da tragédia.
Os motores do bimotor também foram retirados e encaminhados para o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP), para análise. Para o chefe da Divisão de Aviação Civil do Cenipa, Tenente Coronel Frederico Alberto Marcondes Felipe, o momento agora é de coletar dados. ;Todas as informações são relevantes para o esclarecimento do acidente. Vamos analisar os destroços, o modelo da aeronave, o processo de manutenção, o histórico dos pilotos, o treinamento dado à tripulação, o currículo da companhia e como estava o tráfego aéreo minutos antes da queda;, informou o tenente.