Diário de Pernambuco
postado em 15/07/2011 10:26
Acontecem nesta sexta-feira (15/7) os sepultamentos de pelo menos quatro das 16 vítimas do acidente com o avião da Noar Linhas Aéreas. Pela manhã serão sepultados, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, os corpos do copiloto Roberto de Souza Gonçalves, de 60 anos, e do engenheiro civil Marcelo Campelo, 66. No Cemitério de Santo Amaro, parentes e amigos se despedem da engenheira civil Maria da Conceição de Oliveira, 46. À tarde será o sepultamento de Ivanildo Martins dos Santos Filho, também no Morada da Paz.[SAIBAMAIS]Já o piloto Rivaldo Paurílio Cardoso, 68, será cremado às 13h no Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes. Antônia Jalles terá o corpo embalsamado e levado para o Rio Grande do Norte, onde será sepultado. A Noar Linhas Aéreas está custeando todos os gastos com velório e sepultamento das vítimas.
Sete corpos identificados
Até o momento, sete corpos foram identificados e liberados pelo Instituto de Medicina Legal (IML). O copiloto Roberto Gonçalves foi identificado ainda na noite seguinte ao desastre, através de um exame de papiloscopia. Segundo o irmão dele, Luiz Gonçalves, a carteira de identidade de Roberto foi encontrada em um dos bolsos da vítima, o que acelerou o processo. A rapidez da identificação não se repetiu na liberação do corpo, o que angustiou ainda mais familiares e amigos, que se dividiram. Uns esperaram no Instituto de Medicina Legal (IML), enquanto outros ficaram no Cemitério Morada da Paz. A ansiedade foi amenizada quando o corpo chegou ao cemitério. Em cima do caixão, a foto de Roberto dentro da cabine de um avião da TAM traduzia o orgulho da família expressado em aplausos que quebraram o silêncio do luto.
A primeira esposa de Roberto, Gorete, chegou a passar mal algumas vezes e teve que ser amparada pela filha, Adriana Gonçalves, 36. Chorando muito, Gorete se abraçou ao caixão, lamentando a morte do ex-companheiro, com quem teve três filhos.
Um dos irmãos do copiloto, Luiz Gonçalves, parecia não acreditar ainda no que estava acontecendo. Responsável por resolver os trâmites do sepultamento, sempre se mostrando calmo, desabou diante do corpo do irmão. ;É uma dor muito grande perder uma pessoa tão boa;, resumiu emocionado. Já o filho da vítima, Adriano Gonçalves, 36, tentava entender o que poderia ter provocado o desastre. Ele confirmou que a aeronave havia passado por revisão no sábado e tinha sido testada por Roberto Gonçalves no domingo. ;Ele voou por mais de uma hora e não teve nenhum problema;, disse.