postado em 19/07/2011 13:53
Rio de Janeiro - Quase um mês após a morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, a organização não governamental (ONG) Rio de Paz promove nesta terça-feira (19/7) um protesto contra a impunidade no Rio de Janeiro. Para marcar a data, voluntários pregaram 180 cartazes com a pergunta ;Quem matou Juan?;, no Aterro do Flamengo, zona sul da capital.O jovem teria morrido durante um tiroteio em uma operação policial na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele desapareceu no último dia 20 de junho e só foi achado em um córrego de Belford Roxo, também na Baixada, dez dias depois.
O presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, lembrou uma pesquisa de 2007 do Ministério Público do estado, segundo a qual apenas 11% dos homicídios são elucidados e 8% têm os culpados punidos. Segundo ele, a intenção é alertar a sociedade e as autoridades públicas sobre a violência.
;Estamos certos que o ciclo de impunidade precisa ser quebrado. Ocorre um assassinato que vira notícia, causa comoção pública, mas é seguido de impunidade, o que faz o crime cair no esquecimento. Estamos certos de que a população não pode ficar calada. Para que essa morte não se repita e aqui no Rio não funcione esse lógica de matar sem medo;, explicou.
Após o episódio, a família de Juan foi incluída no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, do governo federal. Os policiais que participaram da ação em Nova Iguaçu continuam afastados. Um inquérito que apura o envolvimento deles na morte de Juan, foi aberto pela corregedoria da corporação, que aguarda ainda o resultado de perícias feitas.
Na última semana, o juiz do 4; Tribunal do Júri de Nova Iguaçu, Marcio Alexandre Pacheco da Silva, a pedido do Ministério Público, decretou a quebra de sigilo dos dados telefônicos de mais duas linhas de policiais militares suspeitos.