Brasil

Delegacia de homicídios do Rio conclui que Juan foi executado por PMs

postado em 20/07/2011 17:35
Rio de Janeiro - A Divisão de Homicídios da Baixada informou nesta quarta-feira (20/7) que provas testemunhais comprovam que os policiais mentiram e que não houve troca de tiros com supostos traficantes. A delegacia concluir que Juan Moraes Neto, 11 anos, foi executado durante a ação policial e os quatro policiais militares (PMs) suspeitos de executar o menino podem ser presos a qualquer momento.

O pedido de prisão temporária foi feito na noite desta terça-feira (19) pelo Ministério Público (MP/RJ). Um dos acusados, o cabo Edilberto Barros do Nascimento, já foi indiciado pelas mortes de mais 13 pessoas. Em todos os casos, alega que elas morreram em ;confronto com a polícia;. O juiz da 4; Vara Criminal de Nova Iguaçu, Márcio Pacheco da Silva, ainda precisa avaliar o material enviado pelo MP.

Os policiais ficarão detidos por pelo menos 30 dias. A Polícia Civil informou ainda que a prisão servirá sobretudo para facilitar as investigações, porque as testemunhas não estavam querendo depor temendo represálias.

Um mês

Hoje faz um mês do assassinato de Juan. O menino foi morto na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminese. Os policiais Edilberto, Isaias Souza do Carmo, Rubens da Silva e Ubirani Soares são suspeitos de dois homicídios ; entre eles, o de Juan - e duas tentativas de homicídio duplamente qualificados, por motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas.

Na época, os policiais militares alegaram que entraram em confronto com traficantes. Igor de Souza Afonso, 17 anos, também morreu. O irmão de Juan, Wesley Moraes, 14 anos, e Wanderson dos Santos Assis, 9 anos, sobreviveram e desmentiram os policiais. O corpo de Juan foi encontrado no Rio Botas, dias depois.

De acordo com os laudos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, todas as cápsulas encontradas no beco onde Juan e os outros rapazes foram baleados saíram da arma do cabo Edilberto.

* Agência Brasil

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