Brasil

A executiva que, mesmo sendo filha e esposa de alcoólatras, venceu a vodca

postado em 30/07/2011 08:00
Camila* chegou a sair de reuniões para beber no banheiro do trabalho
Filha e esposa de alcoólatras, Camila* decidiu beber para aplacar a impotência diante do vício alheio. Da cerveja, passou para a vodca, que tomava pura. Em pouco tempo, o combustível da mulher bem-sucedida, que trabalhou em grandes agências de mídia do Distrito Federal, passou a ser o líquido transparente. ;Uma vez, estava em uma reunião e, a cada cinco minutos, ia ao banheiro. Quando voltava, retomava um assunto que já tinha sido resolvido, falava sobre itens que nem estavam em pauta. Todo mundo percebia, mas ninguém falava nada;, lembra Camila, 46 anos.

Há nove sóbria graças ao trabalho dos Alcoólicos Anônimos, ela repete um dos princípios básicos da irmandade. ;Não vou beber só por hoje. Vivi sete anos de tragédia bebendo sem parar. Escondia bebida no guarda-roupa, na bota, no filtro, na caixa de incêndio do prédio.

Não quero isso nunca mais;, afirma Camila, mãe de duas filhas adultas. A mulher, atualmente dona do próprio negócio, fazia parte dos 12% de brasileiros dependentes de álcool, conforme dados do governo federal. ;Além de fatores genéticos, o vício está ligado às condições sociais das pessoas, às opções que o sujeito tem em vez de beber ou usar drogas;, diz Miriam Mijares, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). (RM)

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