postado em 02/08/2011 21:01
Um bebê prematuro, nascido no começo da tarde desta terça-feira (2/8) na Santa Casa de Araxá, no Alto Paranaíba, Minas Gerais, foi declarado morto pela equipe médica minutos após o parto, mas mostrou sinais de vida quando tinha o corpo preparado para ser enterrado. Levado de volta ao hospital, os médicos constataram que ele realmente estava vivo.;Eu não sei se eu choro, ou se sorrio. Tem 18 anos que trabalho com isso, já tinha ouvido falar de casos semelhantes, mas nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo;, conta o agente funerário João Carlos Alves Pereira, responsável por salvar a vida do bebê, uma menina que tinha seis meses de gestação.
João conta que chegou na Santa Casa por volta das 14h30 para buscar o corpo do bebê. ;A família veio junto para a funerária, com o atestado de óbito em mãos;, diz. Enquanto a família da criança aguardava na recepção, João e outro funcionário seguiram para o necrotério para preparar o corpo para o enterro.
O bebê saiu do hospital com o corpo enrolado em gazes e dentro de uma caixa lacrada, onde permaneceu por mais de uma hora. ;Eu abri a caixa e desenrolei o corpinho das gazes, quando percebi que ela estava respirando. Chamei o meu colega e perguntei a ele se eu estava doido ou se ela realmente respirava. Ele mexeu com ela e ela chorou. Foi uma cena muito forte, muito chocante;, conta.
Imediatamente João ligou para a Santa Casa informando que os médicos haviam liberado um bebê que estava vivo para ser enterrado. ;A situação não permitia fazer rodeios com a família. Cheguei na recepção correndo e só avisei que a menina estava chorando e que levaríamos ela de volta para o hospital. A família ficou chocada, mas certamente muito feliz;, destaca o agente funerário. Ele ressalta também que iria apenas enfeitar a urna funerária com flores e o bebê seguiria direto para ser enterrado, sem realização de velório.
Após o bebê dar entrada no hospital, a Polícia Militar foi chamada. No começo da noite os policiais ainda não haviam encerrado o caso. A reportagem fez contato com o hospital, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.
Ainda segundo o agente funerário, a Santa Casa tentava, no começo da noite, transferir o bebê para uma UTI neonatal em Uberaba, já que ele apresentava dificuldades respiratórias e o hospital não possui infraestrutura suficiente para o caso. De acordo com João, a mãe da menina é uma adolescente de 14 anos, que não teria realizado os exames pré-natais devidamente e enfrentou uma gravidez de alto risco.