Brasil

Centrais sindicais avaliam manifestação realizada como "inevitável"

postado em 03/08/2011 19:33
São Paulo ; As centrais sindicais classificaram manifesto que fizeram hoje (3), em frente ao Estádio do Pacaembu, como inevitável. Elas querem a aprovação da pauta trabalhista, que tramita no Congresso Nacional. ;A manifestação era inevitável porque parece que Brasília não está nos ouvindo;, afirmou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Segundo ele, é preciso pressionar o Congresso. ;Esperamos que eles possam ouvir a voz do trabalhador e mexer nas três questões que interessam tanto ao trabalhador brasileiro;. Pelos cálculos do tenente-coronel da Polícia Militar, Walmir Martini, o ato reuniu cerca de 25 mil trabalhadores.

As três questões a que se referiu Paulinho são a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, redução do fator previdenciário e a regulamentação da terceirização. ;Tem uma série de reivindicações porque esse movimento envolve também a reforma agrária, urbana, 10% do Produto Interno Bruto para garantir uma educação melhor, entre outras [reivindicações];.

Os manifestantes se concentraram na Praça Charles Miller e seguiram em direção à Assembleia Legislativa de São Paulo. O movimento foi organizado por cinco centrais sindicais: Força Sindical, Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical, e contou com o apoio de movimentos sociais ; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Paulinho lamentou ter que fazer a manifestação em São Paulo e disse saber que atrapalharia a população, mas disse também que as centrais contavam com a ajuda da Polícia Militar e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), além de ter a compreensão das pessoas. ;Sabemos que muita gente não entenderá, mas, na medida em que reunimos tanta gente, não tínhamos como dispersar as pessoas. Achamos melhor trazer para o estacionamento da Assembleia;.

O presidente da Força Sindical criticou o Plano Brasil Maior, anunciado ontem (2), pelo governo, que instituiu uma série de medidas de estímulo à recuperação da atividade industrial. Para ele, o plano foi tímido e insuficiente. ;Amanhã [4], temos uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff. Vamos falar duro com ela;.

Paulinho avaliou que Dilma mudou o jeito de governar e tem tomado decisões sozinha, o que, na sua opinião, é ruim. ;Na hora que ela precisar de apoio não terá;.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, ressaltou a importância de ter tantos trabalhadores nas ruas unidos pelo mesmo objetivo. Segundo ele, o principal ponto é a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. ;Nós temos que conseguir a redução para incluir mais de 1 milhão de pessoas que estão à margem do trabalho e para qualificar os trabalhadores. Tenho certeza de que agora vamos conseguir. Nossas tentativas do passado nos permitiram ocupar espaço para, agora, ter resultado;.

O presidente da CGTB, Antonio Neto, disse acreditar que a marcha sensibilizará o governo e o Congresso, porque ;são movidos à pressão;. ;Fizemos manifestações nas cinco regiões e, agora, vamos pegar essa massa e nos concentrar em Brasília e pressioná-los para que nossas reivindicações sejam atendidas.;

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