Brasil

Cidades sedes da Copa 2014 terão melhorias em serviços de emergência do SUS

postado em 04/08/2011 08:24
Juliana Braga - Especial para o Correio

Representantes do Ministério da Saúde reúnem-se com gestores municipais e estaduais, hoje e amanhã, em Fortaleza, para traçar estratégias de como se preparar para a Copa de 2014. A prioridade da pasta é a reestruturação da rede de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS). Também será discutido como prevenir epidemias de doenças comuns no Brasil ou trazidas pelos estrangeiros. Espera-se a vinda de 600 mil torcedores de outros países e a circulação, nas 12 cidades sedes, de 3,3 milhões de brasileiros para assistir aos jogos.

As dificuldades na comunicação entre o Samu e os hospitais são problemas a serem resolvidosO Plano de Fortalecimento de Urgência e Emergência pretende melhorar o atendimento desde o momento em que o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) faz o resgate até a internação. ;Não adianta ter um bom serviço de remoção dos pacientes se não houver nos hospitais equipes preparadas para receber os pacientes ou leitos;, afirma o coordenador da Câmara Temática da Saúde para a Copa 2014, Adriano Massuda.

Entre as ações previstas estão a capacitação para o atendimento bilíngue, o aumento do número de leitos e melhorias no sistema de regulação, que trata da comunicação entre o Samu e os hospitais. O plano depende de aprovação de secretários de saúde estaduais e municipais, mas o coordenador da Câmara espera que, no próximo semestre, ele comece a ser executado. A previsão é de reestruturar o sistema até 2013, quando o Brasil recebe a Copa das Confederações. ;Sabemos que fazer mudanças na área de saúde nunca é simples. O importante é ver evolução;, diz Massuda.

Segundo o professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB) Márcio Florentino, somente com altos investimentos será possível atender a demanda que será criada com a Copa de 2014. ;É preciso superar a falta de investimento desses anos todos. A estrutura já não está dando conta da nossa demanda interna.;

Na reunião em Fortaleza, os gestores locais apresentarão as condições do sistema de saúde de suas cidades. Com essas informações, farão com o ministério um plano de ações, identificando áreas críticas e prioritárias. ;O papel do ministério é coordenar as ações. Quem executa são os governos locais;, enfatiza Adriano.

Inspirados na África

A Câmara Temática da Saúde para a Copa 2014 está dividida em três eixos: vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e assistência à saúde. A preocupação é conseguir evitar as doenças antes que seja necessário usar a rede hospitalar.

Na área de controle de epidemias, o ministério espelha-se na experiência da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Lá, o sistema de monitoramento de doenças funcionava em tempo real. ;Nós sabemos o que acontece em qualquer hospital do SUS, mas ainda não é em tempo real;, compara Adriano Massuda, coordenador da câmara. Esse sistema serviria para alertar e prevenir possíveis epidemias de doenças comuns no Brasil, como a dengue, e as trazidas de outros países, como a H1N1.

Essa é a terceira reunião da Câmara, mas será a primeira fora de Brasília. ;A pedido dos secretários de saúde, faremos as reuniões nas cidades sedes até para conhecermos a realidade dos locais;, detalha o coordenador, ressaltando que nenhum programa será criado especificamente para o Mundial. ;Vamos executar os que já existem no ministério com mais rapidez e investir mais recursos e esforços em áreas prioritárias. A Copa será um estímulo;, explica Adriano.

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