postado em 15/08/2011 07:03
; Júlia Borba; Juliana Braga
Um acidente em um parque de diversões em Vargem Grande (RJ), na madrugada de ontem, resultou na morte de uma adolescente de 17 anos. Enquanto aguardava na fila da bilheteria, Alessandra da Silva Aguilar foi atingida por um carrinho que se desprendeu do brinquedo Tufão. Ela morreu na hora. Outras oito pessoas ficaram feridas, duas em estado grave. Esse é o quarto acidente em parque de diversões no país em 15 dias (veja quadro). A dona do parque, Maria Glória Pinto, responderá por homicídio culposo e lesão corporal.
Se condenada, Maria Glória pode pegar até 13 anos de prisão. Em depoimento na manhã de ontem, ela apresentou um documento do engenheiro responsável pela vistoria, atestando não haver riscos de acidente. Foram ouvidos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro os promotores do evento no parque ; cerca de 2 mil pessoas participavam de uma festa agostina ; e o responsável pelo brinquedo. O engenheiro que montou o equipamento e os pais de Alessandra ainda prestarão depoimento.
Uma perícia inicial feita no local aponta sinais de má conservação do Tufão ; formado por uma engrenagem central giratória e braços que sustentam gôndolas. O laudo oficial com as causas do acidente sairá em 15 dias. Segundo a delegada responsável pelo caso, Adriana Belém, a preocupação agora é saber quantas pessoas estavam no brinquedo e se ele poderia estar funcionando.
Testemunhas contaram à família que o carrinho, com capacidade para quatro pessoas, tinha seis ocupantes no momento em que se soltou. Vítor Alcântara Oliveira, 16 anos, e Daiane Mesquita Mesquita, 17, estão internados no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Miguel Couto em estado grave. Ambos sofreram traumatismo craniano. Segundo a Secretaria de Ordem Pública do Rio, o parque, que está interditado, não tinha alvará de funcionamento.
Cuidados simples
O professor de engenharia civil da Universidade de Brasília (UnB) André Luiz Aquere explica que alguns cuidados simples podem ser tomados para saber se um parque é seguro. ;Precisa-se verificar se o brinquedo está bem conservado, se a pintura está adequada e se todos os equipamentos de segurança estão disponíveis;, detalha. Outro ponto a ser observado é a parte elétrica. ;Não pode haver fios soltos, sem proteção;, diz.
O especialista em direito do consumidor Luiz Carlos Lourenço recomenda ainda que os frequentadores verifiquem se o equipamento passou por alguma vistoria feita por órgãos de fiscalização e se tem autorização para funcionar. Ele explica que a família da vítima também pode pedir indenização por danos morais e materiais, por se tratar de um acidente de consumo. ;O valor varia. O juiz considera critérios como a idade da vítima, se ela trabalhava e a expectativa de vida;, completa. Nesses casos, a responsabilidade do parque é objetiva, ou seja, ele responde independentemente de ser apurada qualquer culpa. ;O fato de estar fornecendo o serviço já gera a responsabilidade;, explica.