postado em 23/08/2011 19:44
São Paulo - A primeira das nove aeronaves da falida Vasp, que ocupam um hangar de 170 mil metros quadrados no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, começou a ser desmontada na tarde desta terça-feira (23/8). As partes dos sete aviões Boeing 737-200 e dois Airbus A-300 serão vendidas como sucata em leilões, liberando o espaço do aeroporto. A previsão para o desmonte total das aeronaves é entre 20 dias e 60 dias.;Esses aviões [fora de uso] atrapalham a circulação e a operação de hangares como este, que têm sua capacidade de operação limitada. Certamente, será um grande ganho de capacidade e de áreas operacionais;, disse o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, que participou do evento que deu início ao desmonte dos aviões, conforme prevê o programa Espaço Livre, coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), há 117 aviões fora de uso estacionados em aeroportos de todo o país, e que também serão desmontados e as peças leiloadas. Depois de Congonhas, os próximos aeroportos onde ocorrerão desmontes de aviões são: o Galeão, no Rio de Janeiro, e o Juscelino Kubitschek, em Brasília.
A Vasp teve a falência decretada em 2008, mas os aviões estavam parados há pelo menos três anos. O dinheiro obtido com o leilão vai ser destinado à massa falida da Vasp, ou seja, aos credores da companhia.
;É um acordo que fizemos com a Justiça. Tudo isso irá a leilão e os recursos arrecadados ajudarão a pagar isso. Mas há um compromisso da Infraero que se por acaso não houver arrematador, vamos arrematar pelo preço mínimo de R$ 30 mil, e aí vamos dar um destino qualquer a esse monte de ferro-velho. Para a Infraero, vale a pena pagar qualquer preço para tirar isso daqui;, disse o presidente da empresa, Gustavo do Vale. Ele estima um prejuízo para a Infraero em torno de R$ 100 mil mensais com os espaços ocupados com cada um dos nove aviões da Vasp no Aeroporto de Congonhas.
Segundo Vale, a expectativa é que a retirada de todos os aviões sem uso nos aeroportos brasileiros ocorra até meados de 2013. ;Espero em dois anos terminar isso tudo para que, na Copa do Mundo, esteja tudo liberado;, disse.
Para a corregedora nacional de Justiça, a ministra Eliana Calmon, o leilão dessas aeronaves representa uma ;vitória da administração pública moderna sobre a burocracia;. Segundo ela, a prioridade do programa é tirar todos os aviões sucateados que estão em Congonhas, que é o aeroporto mais congestionado do país.