Brasil

Juiz ameaçado de morte diz que não vai deixar o local onde trabalha no Rio

postado em 24/08/2011 21:46
Rio de Janeiro ; A recente descoberta de um plano para matar o juiz Alexandre Abrahão, titular da 1; Vara Criminal de Bangu, não intimidou o magistrado. Responsável nos últimos anos pela prisão de pelo menos 50 policiais militares envolvidos com milícias e pela condenação do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ele disse que não pensa em sair o local onde atualmente trabalha, na zona oeste do Rio, um das principais áreas de domínio dos milicianos.

[SAIBAMAIS];Em razão do combate a essas diversas facções criminosas, que exploram máquinas caça-níqueis, tráfico de drogas e milícias, esse conglomerado anda insatisfeito com a minha conduta, assim como foi com minha colega Patrícia Acioli. Mas eu não pretendo mudar de vara;, disse.

Apesar de ter consciência de que corre perigo, Abrahão declarou que não se intimida com as ameaças. ;Eu não posso dizer ao povo: faz o que falo, mas não faz o que eu faço. Eu não me intimido. Jurei a vida toda que ia fazer o que faço, e amo o meu trabalho.;

Na última semana o juiz foi alertado pessoalmente pelo presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do estado, desembargador Manoel Alberto Rebelo, que um plano para matá-lo havia sido divulgado ao serviço Disque Denúncia. Segundo a informação, a morte teria sido encomendada por um dos principais exploradores de máquinas caça-níqueis do estado, e contaria com a participação de 39 policiais militares.

;Isso já havia sido avisado em outubro do ano passado e agora o presidente Manoel Alberto reiterou os fatos. A minha segurança foi ampliada em razão da denúncia, que chegou ao conhecimento de todos.; Por causa da ameaça, Rebelo determinou de imediato o aumento do efetivo envolvido na segurança de Abrahão, que também passou a se deslocar em carro blindado do TJ.

Para o magistrado, é importante aperfeiçoar e tornar mais rigoroso o processo de ingresso dos policiais militares na corporação e também garantir melhores salários e benefícios sociais aos soldados. ;Hoje, o policial vive privado de tudo: sem plano odontológico e de saúde e mal remunerado. Com isso, ele acaba sendo vulnerável a se envolver com o crime organizado.;

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