Agência France-Presse
postado em 01/09/2011 16:33
Integrantes do Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social de Osasco e Região que representa 35 sindicatos de 15 municípios entregaram nesta quinta-feira (1/9) um documento para a diretoria da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) de São Paulo, no qual pedem maior fiscalização nas empresas sobre as condições de trabalho.A principal reclamação é sobre a fragilidade dos serviços prestados, o que levou ;ao registro anual de mais de 10 mil acidentes de trabalho, 322 doenças do trabalho e 52 mortes;. Ainda segundo o documento do sindicato ;a situação está tão caótica que os auditores fiscais do trabalho não conseguem comparecer às empresas nas quais ocorreram acidentes fatais ou graves, mesmo após semanas da ocorrência dos fatos;.
Outro problema apontado pelos sindicalistas é a redução do número de fiscais. Há 15 anos havia 27 auditores fiscais, número que baixou para 11. Para cada 71.946 trabalhadores formais, existe apenas um fiscal, enquanto em todo o estado esta proporção é de 21.500 fiscais e no país 13.885.
Para denunciar a má fiscalização, os sindicalistas promoveram um ato em frente à sede da DRT, na rua Martins Fontes, centro da cidade de São Paulo, em que participou um grupo de dança e percussão e uma trupe de artistas em farrapos. A maioria deles com maquiagem no rosto para simular ferimentos e representar os acidentes no trabalho.
Pouco antes da entrega do documento, o presidente do Conselho Intersindical, José Elias de Gois, disse que, além da falta de servidores, os fiscais do escritório regional do Ministério em Osasco correm o risco de ser despejados. A situação crítica descrita pelos sindicalista foi reconhecida pelo delegado adjunto da DRT, Makoto Sato, que se comprometeu a encaminhar a questão para o Ministro do Trabalho, em Brasília.
Entre os presentes na manifestação, a ajudante geral Darlem Lima, de 33 anos, mostrou o braço com a mão esquerda amputada, após um acidente que sofreu há seis anos em uma empresa de reciclagem, onde trabalhava por um salário mínimo. Segundo ela, depois do acidente o equipamento foi lacrado.
Em abril deste ano, contou Darlem, seu retorno ao trabalho foi determinado pelos médicos da perícia do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), mesmo estando mutilada e com outras sequelas como dores provocadas pela retirada de nervos e veias da perna na tentativa frustrada de um implante.