Brasil

Fazendeiro condenado pelo assassinato de missionária deve se entregar hoje

postado em 06/09/2011 15:36
Condenado a 30 anos pelo assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, promete se entregar à Justiça ainda esta tarde. Segundo seu advogado, Jânio Siqueira, Galvão está em Altamira (PA), ;preparando as malas;.

[SAIBAMAIS]Por telefone, Siqueira contou que, embora seu cliente tenha ficado ;triste; com a decisão desta terça-feira (6), do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) ; que negou pedido de revisão da sentença anterior ;, Galvão está ;sereno; em relação às possibilidades de provar sua inocência na morte da defensora dos direitos de pequenos produtores rurais da região de Altamira. ;Ele ficou triste com a decisão, mas está sereno porque confia na Justiça. A decisão [desta manhã] não abalou sua fé e a prova disso é que ele está arrumando as malas para se apresentar à Justiça espontaneamente;, contou o advogado, horas após a 1; Câmara Criminal Isolada do TJPA rejeitar o recurso de Galvão, mantendo, por unanimidade, sua condenação a 30 anos de prisão, em regime fechado.

Julgado como o mandante da morte de Dorothy, Galvão pretendia, com o recurso, anular a sentença proferida em abril de 2010. O tribunal, contudo, não só rejeitou o apelo do fazendeiro como, temendo que ele fugisse, decretou sua prisão preventiva. Galvão é o único dos cinco acusados pelo assassinato da missionária que continua solto. Ele foi beneficiado, no ano passado, por uma liminar que lhe deu o direito de aguardar, em liberdade provisória, o julgamento de um recurso de apelação.

Os outros condenados por participação no assassinato da missionária são Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado a 30 anos de prisão; Rayfran das Neves, o Fogoió, condenado a 27 anos; Clodoaldo Batista, o Eduardo, condenado a 17 anos; e Amair Feijoli, o Tato, sentenciado a 27 anos de prisão. Dorothy foi morta em fevereiro de 2005, com seis tiros. Ela tinha 73 anos.

O advogado de Galvão adiantou que recorrerá da decisão de hoje. Segundo ele, seu cliente teve o direito de ampla defesa cerceado durante a sessão em que foi considerado um dos mandantes do homicídio de Dorothy. A participação no crime e a pena de 30 anos, proferida em 30 de abril de 2010, foram confirmadas em junho do mesmo ano, pelas câmaras criminais reunidas do TJPA. ;Estamos aguardando a publicação do acórdão para analisá-lo. No nosso entendimento, o tribunal deixou algumas lacunas, algumas contradições em sua decisão. Isso vai ensejar outro recurso ao próprio tribunal, um embargo de declaração que, se não for suficiente, nos levará a recorrer, concomitantemente, ao STJ [Superior Tribunal de Justiça] e ao STF [Supremo Tribunal Federal];, concluiu o advogado.

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