postado em 20/09/2011 11:35
Um esquema de transferência de terras públicas que envolvia grileiros, servidores estaduais e mineradoras é alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira em Minas Gerais. A PF está em busca dos líderes de uma organização criminosa que fazia grilagem de terras públicas para vender os terrenos a empresas de exploração de jazidas de minério de ferro. Segundo a polícia, o grupo atua há anos com total impunidade e agora foi descoberto na tentativa de explorar uma jazida de 10 bilhões de toneladas no Norte de Minas. De acordo com a PF, para alcançar os objetivos de venda de terras, a organização cometeu uma série de crimes, como falsificação de documentos públicos e particulares, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As investigações comprovaram que terras públicas no Norte do estado estavam super valorizadas em razão de autêntica ;corrida do ouro; ou do ;minério de ferro;. Os responsáveis pela ;atividades especulativo-criminosas; são grupos liderados especialmente por mineradoras, empresas de exploração florestal, Cooperativas de Silvicultores e por grileiros de terras que se passam por corretores de imóveis.
O esquema
O crime contava com a participação de servidores públicos vinculados à Autarquia Estadual (ITER/MG) que legitimavam a ;posse; de terras devolutas por laranjas. Essas pessoas jamais tinham sido proprietários ou possuidores de terras na região. Em outra operação fraudulenta, o falso proprietário vendia o terreno a pessoas físicas ou jurídicas intermedirárias que, ao final, negociavam a terra com grandes mineradoras a preços astronômicos. Para se ter uma noção dos valores, segundo a PF, em uma das vendas investigadas, uma mineradora pagou R$ 41 milhões ao grileiro. A transação fincanceira foi feita em espécie.
Operação
A ação, denominada ; Grilo; cumpre mandados de busca, apreensão e prisão em Belo Horizonte, Oliveira, Divinópolis, Rio Pardo de Minas, Salinas, Serranópolis de Minas, Taiobeiras, Janaúba, Curvelo. São 22 ordens para recolhimento de documentos e 10 para prender os envolvidos. De acordo com a PF, as penas máximas aplicadas aos crimes praticados pela quadrilha ultrapassam os 30 anos.