Brasil

Depois de reclamações, Caixa Econômica tira do ar propaganda

postado em 21/09/2011 12:04
A Caixa Econômica Federal informou que suspendeu a veiculação de peça publicitária em que um ator branco interpretava o escritor Machado de Assis. Em nota, assinada pelo presidente do banco, Jorge Hereda, a Caixa %u201Cpede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial%u201D. A propaganda fazia parte da campanha em comemoração aos 150 anos do banco. Na nota, %u201Ca Caixa reafirma que, nos seus 150 anos de existência, sempre buscou retratar, em suas peças publicitárias, toda a diversidade racial que caracteriza o nosso país. Esta política pode ser reconhecida em muitas das ações de comunicação, algumas realizadas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da Secretaria de Política e Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Governo Federal%u201D. %u201CA Caixa nasceu com a missão de ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos, brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou qualquer outra diferença social ou racial%u201D, acrescentou. No último dia 19, a Seppir também divulgou nota sobre a campanha da Caixa, lamentando que Machado de Assis tenha sido representado por ator branco. %u201CUma solução publicitária de todo inadequada por contribuir para a invisibilização dos afro-brasileiros, distorcendo evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu contexto histórico%u201D, diz a secretaria. Segundo a Seppir, o episódio ocorreu no momento em que a Seppir e a Caixa se uniram para elaborar %u201Cum termo de cooperação que envolve, entre outros, aspectos relacionados à representação de pessoas negras nas ações de comunicação%u201D. A Seppir informou que recebeu por meio da Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial denúncia sobre a peça publicitária. Foram, então, encaminhados pedidos de providências para a presidência e ouvidoria da Caixa, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e o Ministério Público Federal. Nessa nota, a Seppir pediu a correção da produção do vídeo, como forma de a Caixa reconhecer "o equívoco" e considerar "o diálogo que vem mantendo com a sociedade ao longo da sua trajetória institucional%u201D.

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