postado em 24/09/2011 09:14
O índice de aprovação da última edição do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), prova obrigatória para quem quer se tornar advogado, subiu. De 9,74%, levando em conta os 116 mil inscritos na seleção feita em dezembro do ano passado, foi para 14,83%, em um universo de 121.309 inscritos na versão atual. Os dados divulgados pela OAB não levam em conta os recursos ainda em análise pela entidade ; o resultado dos questionamentos sairá no próximo dia 4. Ainda assim, o secretário-geral nacional da OAB, Marcus Vinícius Coelho, acredita que o desempenho dos candidatos neste ano foi expressivo. Ele enfatiza que, dos 21 mil aprovados para a segunda etapa, 18 mil passaram. ;Esse número não pode ser considerado baixo. Temos que pensar que são três edições anuais;, analisou. Os candidatos são submetidos a duas fases: a prova objetiva e a discursiva.As 10 faculdades mais bem posicionadas no ranking são instituições públicas (veja quadro). A Universidade de Brasília (UnB) está em sétimo lugar na lista, que pode ser alterado após a avaliação dos quase 2 mil recursos. Para a decana de ensino de graduação da faculdade brasiliense, essa posição se deve ao currículo oferecido aos alunos.
;Apesar de não termos uma preparação específica para a prova, os estudantes têm contato com uma grade multidisciplinar. Isso agrega muito;, disse Márcia Abrahão. Entre as 50 universidades que mais aprovaram alunos, somente três são do setor privado. Segundo a OAB, a análise dos pedidos de revisão de prova não mudará muito os números apresentados. ;Quase todos os reprovados recorrem. É uma tendência natural;, diz Marcus Vinícius Coelho.
Qualidade
De acordo com o jurista e professor do curso preparatório LFG Luiz Flávio Gomes, apesar da melhora nos resultados, o baixo número de aprovados ainda é bem representativo. ;Acredito que a culpa é multilateral, pois envolve o corpo docente e os alunos;, avaliou. Segundo o professor, a baixa qualidade do ensino nas faculdades leva a má-formação dos futuros advogados, comprometendo o resultado do exame. ;As instituições de ensino jurídico precisam reformular as grades e melhorar o salário dos professores, que não conseguem dar aula em um único local;, argumenta.
Há quatro edições, o exame de Ordem é unificado e preparado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Gomes acredita que, desde o início da gestão da instituição, a prova ficou mais difícil.
;Nunca foi fácil, mas agora está indiscutivelmente mais complexa;, avalia o professor, que diz ser a favor do novo modelo. ;Tem que continuar unificado e desafiador. Afinal de contas, é a comprovação de que os estudantes estão preparados para exercer a advocacia;. A primeira fase da próxima edição da prova da OAB será realizada em 20 de outubro.