postado em 01/10/2011 17:55
Brasília ; Aos 64 anos, Rita Simplícia da Silva ganha a vida vendendo balas em um semáforo na área central de Brasília. Todos os dias, sente na pele o descaso com pessoas idosas e sofre com a falta de apoio da família. Moradora de Santo Antônio do Descoberto, município goiano localizado região do Entorno do Distrito Federal (DF), ela tem cinco filhos, mas nenhum reside perto dela. ;Tenho de trabalhar para sobreviver. Trabalho porque não tenho família para me sustentar.; Neste Dia do Idoso, Simplícia quase não tem o que comemorar.O maior sonho de Rita é a aposentadoria. Ela disse que no ano que vem já pode começar a recebê-la. Quando tiver o benefício, pretende descansar e cuidar da saúde. A vendedora ambulante teve um derrame há cinco anos e hoje caminha com o auxílio de muletas, porque a perna direita está paralisada. ;É muito ruim trabalhar com esta idade. Não tenho força para levantar, para andar direito. Só tenho assistência de Deus.;
Segundo a professora de psicologia clínica da Universidade de Brasília (UnB), Vera Lúcia Coelho, o envelhecimento requer mudança de papéis na família. Os filhos precisam cuidar da alimentação dos pais, além de ajudá-los em rotinas do cotidiano, como se vestir, e levá-lo com regularidade aos médicos. No entanto, nem sempre as pessoas da terceira idade recebem essa atenção e acabam ficando isolados.
De acordo com o coordenador do Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de Brasília, geriatra Einstein de Camargos, o envelhecimento traz aumento das doenças, como a depressão. ;As perdas facilitam isso, seja pela viuvez, pelo isolamento ou pelas limitações biológicas. Um em cada três idosos tem chance de ter depressão. É um índice muito alto;.