postado em 13/10/2011 13:55
A utilização do gás liquefeito de petróleo (GLP), armazenado em botijões, exige fiscalização rigorosa no momento da instalação dos equipamentos e manutenção cuidadosa de todos os seus componentes. A afirmação é do pesquisador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Moacyr Duarte, especialista em gerenciamento de riscos, planejamento de emergências e catástrofes tecnológicas.Segundo ele, os estragos causados por uma explosão com esse tipo de gás alcançam grandes proporções pela sua característica de acúmulo em um ambiente. Duarte lembrou que o GLP é amplamente utilizado no país.
Na manhã desta quinta-feira (13/10), um acidente, possivelmente em função do vazamento de GLP em um restaurante no centro do Rio de Janeiro, provocou a morte de três pessoas e deixou 13 feridas.
;O GLP é um gás muito pesado. Quando vaza, ele tem maior facilidade de se acumular em um ambiente. Diferentemente do que ocorre com o gás natural, que tem uma capacidade maior de dispersão e busca seus meios de saída, o GLP fica preservado como em uma piscina. Para se ter uma ideia, quando há vazamento em uma cozinha, a maior parte do gás fica acumulado a uma altura de até 1,50 metro do chão. Quando há explosão é de maior porte;, explicou.
O especialista alertou que para evitar vazamentos de gás de botijão é preciso seguir criteriosamente alguns passos. Inicialmente, deve-se ter atenção aos prazos de validade dos componentes de instalação, como mangueira, juntas metálicas, reguladores de pressão, e substitui-los sempre que necessário; além disso, todas as peças devem ter certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Para Moacyr Duarte, a escolha do profissional que fará a instalação do botijão também precisa ser cuidadosa e o ideal é procurar indicação na distribuidora de gás. Ele ressaltou que, após a instalação, o consumidor pode fazer um teste prático para verificar se há vazamento.
[SAIBAMAIS];Após cada troca, deve-se pegar uma esponja, molhá-la com detergente e produzir uma espuma. Essa espuma deve ser colocada nos locais de passagem do gás para ver se está borbulhando. Caso esteja, é preciso apertar um pouco mais os equipamentos. Se persistir, o consumidor deve chamar um técnico e efetuar a troca porque há algum defeito;, orientou.
O pesquisador afirmou acreditar na hipótese de explosão durante o acidente desta manhã, embora não tenha vistoriado as instalações da lanchonete. Segundo ele, os estragos causados são compatíveis com esse tipo de vazamento.
;Não vi as instalações, mas parece mesmo explosão de GLP, pelo padrão dos estragos, com grande deformação embaixo e nos andares de cima. O gás deve ter ficado acumulado dentro do estabelecimento e a ação dos funcionários, nos procedimentos iniciais da manhã, proporcionou a fonte de ignição;, avaliou.