postado em 17/10/2011 17:00
São Paulo ; O julgamento de três médicos de Taubaté, acusados de provocar a morte de quatro pacientes para a retirada de rins, há 25 anos, pode demorar mais que os dois dias previstos inicialmente, já que foram ouvidas, até o momento, apenas três das 17 testemunhas arroladas no processo, desde o início da manhã de hoje (17).O julgamento foi interrompido para almoço e retomado pouco depois das 14h. No período da manhã, apenas uma das testemunhas foi ouvida. Segundo informações do Fórum Central de Taubaté, a sessão de hoje será encerrada às 19h e retomada amanhã (18) de manhã.
Os réus ; Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior ; foram a Júri Popular, acusados de terem provocado a morte de Miguel da Silva, Alex de Lima, Irani Lobo e José Faria Carneiro e de pertencerem a uma quadrilha de tráfico de órgãos. Eles respondem pelos crimes de homicídio doloso, cometidos entre setembro e dezembro de 1986.
O médico Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, também denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE), está fora do julgamento porque morreu no ano passado. De acordo com o MPE, além desses acusados, também foi denunciado o médico José Carlos Natrielli de Almeida, que ;acabou impronunciado a pedido do MP;.
Na denúncia, o MPE alegou que os laudos médicos atestando as mortes dos pacientes citados no processo eram falsos e simulavam morte encefálica para que fossem extraídos os órgãos destinados a transplantes. Segundo o MPE, o neurocirurgião e legista Mariano Fiori Júnior, por exemplo, ;concluía como causa mortis exclusivamente as lesões cerebrais experimentadas pelas vítimas [traumatismo craniano, raquimedular ou aneurisma], ocultando a causa direta e eficiente das mortes: a retirada dos rins dos pacientes;.
O plenário do júri será feito pelo promotor de Justiça Mário Augusto Friggi de Carvalho.