Brasil

Deputado que luta contra milícias no Rio recebe cinco ameaças em dez dias

postado em 17/10/2011 21:15
Rio de Janeiro - O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) denunciou nesta segunda-feira (17/10) que recebeu cinco ameaças de morte nos últimos dez dias. As informações forem repassadas por meio do serviço Disque Denúncia e apontam milicianos como os autores. Freixo participou de um ato apoio na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que teve as presenças de lideranças políticas, comunitárias e do meio cultural.

A presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB, Margarida Pressburger, protestou pelo que chamou de morte anunciada as ameaças contra cidadãos que lutam pela aplicação da lei. ;Não podemos aceitar mais esta morte anunciada. Que a Patricia Acioli [juíza morta por policiais militares em agosto] seja uma bandeira para que isso não se repita;, disse.

O ator Wagner Moura, o protagonista do filme Tropa de Elite, onde interpreta um personagem que luta contra o poder das milícias, considerou inaceitável as ameaças a Freixo, que presidiu em 2008 a Comiss%u0101o Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). ;É impressionante que o nosso país ainda compactue com pessoas juradas de morte;, declarou.

A CPI das Milícias indiciou 225 pessoas e pediu investigação de mais mil, o que levou à prisão cerca de 500 acusados. Freixo destacou que o problema não é de ordem pessoal, mas de toda a sociedade, pois muitas outras pessoas também sofrem ameaças dos milicianos. ;Não é a minha vida que está em jogo. Se ameaçam um parlamentar, o que não podem fazer contra pessoas indefesas?;.

O deputado disse que, apesar das denúncias apresentadas no relatório final da CPI, o número de milícias cresceu no últimos anos no estado do Rio, tendo passado de 170 para 300 as áreas dominadas pelos grupos criminosos. ;Temos que retirar os braços econômicos e territoriais das milícias. Enquanto dominarem as vans, o ;gatonet; (serviço ilegal de TV por assinatura) e a distribuição de gás, vão ter dinheiro para matar as pessoas e comprar gente. Não é possível que, após a morte de uma juíza, não sejam tomadas providências mais radicais contra esses criminosos.;

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