Um esquema de corrupção mantido por policiais e alguns presos na carceragem da Polinter, em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro, levou 12 pessoas à prisão na terça-feira (8/11) ; quatro mandados não haviam sido cumpridos até o fechamento desta edição. Os ;controladores; do presídio cobravam R$ 10 por hora de visita a um detento e de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil por uma transferência de unidade penal. Presos deixavam a carceragem para fazer assaltos, como ocorreu na manhã de ontem. Os detentos também compravam ;saidinhas; simplesmente para se divertir. Comer bolinhos de bacalhau e tomar chope eram alguns dos passatempos preferidos fora dos muros do presídio. Em uma gravação que integra a investigação encabeçada pelo Ministério Público (MP) do Rio, um preso chamava a Polinter de Nova Friburgo de ;spa;.
Dos 16 denunciados pelo MP, estão Renato Soares Vieira, delegado e coordenador do Núcleo de Controle de Presos do estado, oito policiais civis, seis detentos e uma servidora terceirizada da Polícia Civil. Todos os envolvidos serão indiciados pelos crimes de formação de quadrilha, usurpação de função pública e prevaricação. Alguns também poderão responder por crime de concussão (extorsão praticada por funcionário público no exercício da função). Das quatro pessoas que até a tarde de ontem não haviam sido presas, todas policiais civis, um deles já havia entrado em contato com as autoridades para negociar uma forma de se entregar, segundo o promotor Décio Alonso Gomes, que participou da Operação Faraó. A ação é fruto de parceria entre a Corregedoria-Geral Unificada (CGU), da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e da Corregedoria Interna da Polícia Civil, além do MP.
Líder do tráfico é atendido em UPA
Depois de misturar álcool com drogas em uma festa, o traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, foi medicado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada na Favela da Rocinha, considerada uma das maiores do Rio de Janeiro. Ele é suspeito de ser o chefe do tráfico de drogas na região. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Nem chegou acompanhado de outros traficantes armados de fuzis e permaneceu pouco tempo no local. Ainda segundo a polícia, o traficante saiu da unidade de saúde com uma bolsa de soro no braço. Nem teve a prisão decretada pela Justiça, mas continua foragido. A polícia oferece R$ 5 mil de recompensa para quem tiver informações sobre o paradeiro do traficante.