postado em 14/11/2011 08:19
Uma frota de 17 navios tenta conter a mancha de óleo formada por cerca de 100 mil litros de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Quando o vazamento de óleo foi detectado, a petrolífera Chevron, empresa que explora o campo, estimou que 60 barris (o equivalente a 10 mil litros) teriam se espalhado no mar. Com o aumento da mancha, a Chevron suspendeu as atividades de perfuração.O Campo de Frade fica a 370km a nordeste da costa do Rio de Janeiro, mas a mancha de óleo estaria a 120km de distância. O acidente preocupa a Presidência da República, que se manifestou exigindo apuração rigorosa das causas do vazamento. De acordo com a empresa responsável, uma falha natural na superfície do fundo do mar causou derramamento.
Apesar da distância do acidente, Rio de Janeiro e Espírito Santo podem sofrer danos ambientais se os ventos deslocarem a mancha de óleo em direção à costa, explica o consultor da H2O Hidrodinâmica e Oceanografia Ricardo Hans. De acordo com o oceanógrafo, o óleo é mais ;vulnerável; ao regime de ventos do que ao de correntes, se a quantidade de petróleo derramada for grande, existe possibilidade de a mancha chegar à costa. ;Se a circulação estiver propícia, a mancha de óleo pode viajar grandes distâncias. Os 120km de distância protegem e diminuem a probabilidade do acidente ambiental, mas não impedem. Se for um volume maior, aumenta a probabilidade de a mancha de óleo viajar. Pode atingir a costa do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, com o regime de frente fria subindo, a tendência é a mancha se deslocar no sentido norte;, explica o oceanógrafo.
O vazamento na Bacia de Campos tem sido usado como argumento para gestores do Rio de Janeiro cobrarem a manutenção das regras de divisão dos royalties do petróleo. O secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que o óleo não deve chegar ao litoral, mas os recursos dos royalties servem para ;preparar; o Rio de Janeiro para possíveis acidentes.