Brasil

Chevron assume total responsabilidade por vazameto de óleo no Rio

postado em 21/11/2011 08:01
O secretário de Meio Ambiente Carlos Minc defende
Diante da pressão exercida por autoridades que cobram providências contra a petroleira norte-americana Chevron, o presidente da empresa no Brasil, George Buck, afirmou no domingo (20/11) que a companhia assume ;total responsabilidade; pelo vazamento de óleo que atinge há 14 dias a Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro. Ele reiterou que o derramamento ocorrido no Campo de Frade foi interrompido e negou que a Chevron tenha disparado jatos de areia para empurrar o petróleo para o fundo do mar ; prática irregular.

De acordo com Buck, o óleo que restou nas rochas do fundo marinho ainda forma volumes que sobem à superfície, mas em menor quantidade. Segundo ele, a empresa subestimou a pressão do reservatório perfurado e superestimou a solidez da formação rochosa no fundo do mar. O rompimento de uma das paredes de rocha do poço pode ter despejado o equivalente a até 3,7 mil barris diários de petróleo nos primeiros dias de vazamento. ;Qualquer óleo na superfície do oceano é inaceitável para a Chevron;, admitiu o executivo.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgou nota ontem, na qual informa que o vazamento diminuiu, mas não cessou. A mancha de óleo, porém, continua se afastando da costa fluminense. Técnicos da agência estiveram no sábado na plataforma para acompanhar as atividades da Chevron, que vai abandonar o poço, e para coletar mais dados sobre o acidente.

O desastre provocado pela petroleira terá de ser explicado no Congresso. O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) afirmou ontem, em nota divulgada à imprensa, que pretende convocar membros da Chevron para falar sobre o vazamento. Ele irá apresentar requerimento à Comissão de Minas e Energia da Câmara, com o pedido de realização de uma audiência pública.

;As informações desencontradas fornecidas pela Chevron e a ANP só elevam o grau de incertezas sobre o que de fato está ocorrendo naquele campo de extração de petróleo;, destacou o deputado. O delegado da Polícia Federal Fábio Scliar, responsável pelas investigações do caso, disse que irá ao Congresso na quinta-feira para falar sobre o acidente. No sábado, Scliar adiantou que deverá indiciar a petroleira por crime ambiental.

Banalização

Em entrevista ao Correio, o secretário de Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc, adiantou que irá defender ;uma punição exemplar; aos responsáveis pelo vazamento. ;Há uma tendência de banalizar esse acidente, mas é preciso lembrar que foi muito grave e, o principal, que era evitável;, afirmou Minc.

Minc alertou ainda que houve negligência da empresa responsável pela perfuração do poço, a Transocean. Segundo o secretário, a Transocean realizou trabalho semelhante em um poço no Golfo do México, onde, no ano passado, ocorreu o maior vazamento de óleo da história dos Estados Unidos. Minc frisou, porém, que a empresa não poderá ser a única responsabilizada. ;A Chevron também é, em termos legais, corresponsável pela lambança que as parceiras tenham feito. A lei brasileira é clara. Você contratou, você é responsável.;

Hoje de manhã (21), o secretário terá reunião com o delegado da PF e, à tarde, com dirigentes do Ibama. ;A grande discussão não é o tamanho da mancha ou o valor da multa, mas que esse é apenas um poço entre milhares que virão. É preciso haver estudos mais aprofundados;, sugeriu. No caso em questão, Minc disse que recomendará multa à empresa, além de processos criminais contra os responsáveis pelo desastre. ;Além da multa, é preciso que a empresa pague o valor da reparação da fauna.;

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