postado em 21/11/2011 20:35
A empresa petrolífera norte-americana Chevron pode ser proibida de participar da exploração de petróleo na camada pré-sal por causa do vazamento no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).A Chevron apresentou um plano à ANP para explorar o petróleo do pré-sal, que deve ser analisado pela diretoria da agência ainda nesta quarta-feira (23). Com o acidente ambiental no litoral fluminense, a situação da empresa para conseguir aval do órgão regulador ficou complicada, segundo o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima.
[SAIBAMAIS]A imagem da Chevron perante o governo, ressaltou Haroldo Lima, ficou ainda mais desgastada porque a empresa omitiu para a ANP que não tinha no país equipamento considerado chave para estancar o vazamento e enviou fotos e vídeos com imagens editadas sobre a extensão do vazamento. Por isso, a agência reguladora abriu dois processos administrativos contra a petrolífera, que podem resultar na aplicação de multas no valor de R$ 100 milhões.
Dependendo do resultado da reunião da diretoria da ANP, a Chevron também pode ser rebaixada, ou seja, deixar de ser considerada operadora de categoria A, classificação que lhe dá autorização para explorar em águas profundas, como é o caso do pré-sal, segundo Haroldo Lima.
;Ela [Chevron] incorreu em um erro sério que pode prejudicar esse segundo intento [explorar o pré-sal];, disse Haroldo Lima. ;Se não for aceito [o projeto do pré-sal], é um fato grave. Uma operadora A, na área de concessão dela, não ter altura de receber autorização para perfurar até o horizonte do pré-sal;, assinalou o presidente da ANP.
Perguntado se a empresa pode ser proibida de atuar no Brasil por causa do vazamento, Haroldo Lima informou que a ANP ainda não examinou essa questão.
A subsidiária brasileira da petrolífera Chevron calcula que 2,4 mil barris de petróleo (381,6 mil litros) vazaram no Campo de Frade, na Bacia de Campos. O acidente ambiental foi detectado no último dia 8 por funcionários da Petrobras. Eles repassaram a informação à petrolífera norte-americana.