A Polícia Federal organizou ontem em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, a operação Martelo de Ferro, com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar. Foram presos três traficantes e outras três pessoas acusadas de integrar um esquema de cobrança de propina para liberação de presos: uma advogada e dois PMs. O alvo da operação eram 15 pessoas, incluindo quatro policiais militares. Segundo o superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos, as investigações começaram há vários meses e flagraram policiais cometendo crimes.
Dos 46 acusados de integrar o esquema, 31 já estão presos. Entre os PMs, são 22 acusados, dos quais 18 já presos, incluindo dois envolvidos no assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto deste ano. Segundo investigações da PF, os policiais recebiam de R$ 500 até R$ 30 mil para deixar criminosos livres, dependendo da importância deles na hierarquia do tráfico. O esquema incluía traficantes do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. ;Eles cobravam para não incomodar os traficantes e para atacar grupos rivais;, explica Lemos. Ele afirma que, com a instauração das UPPs, muitos criminosos têm se refugiado nessa área da região metropolitana, onde o policiamento é menos intensivo. Segundo o superintendente, ali é hoje um dos maiores entrepostos de drogas do Rio.
Helicópteros
A operação contou com 410 policiais, sendo 330 federais. ;Optamos por algo bem maior que o normal. Fechamos as saídas do local, fechamos a saída para o mar e usamos três helicópteros;, disse Lemos.
Além da operação no Rio de Janeiro, a Polícia Federal também desmontou ontem um esquema de tráfico internacional e interestadual de drogas. Essa operação, a Mahyah, ocorreu nos estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Maranhão, Alagoas, Rio Grande do Norte e Piauí. No Mato Grosso, a PF prendeu o chefe de uma quadrilha de tráfico de drogas e outras 14 pessoas. Entre os bens apreendidos estavam quatro veículos nacionais e importados, além de uma pistola, um revólver e uma quantia não revelada de dinheiro. Segundo informações da PF, a investigação teve início em janeiro deste ano. Ao longo dos meses, 18 pessoas foram presas.