Para justificar a crítica, Tourinho alegou o ;cansaço mental; dos juízes. ;É inacreditável que uma juíza de carreira brilhante (;) tenha tais ideias, sabendo, de ciência própria, que o cansaço mental do magistrado, sua preocupação diuturna para bem decidir, a falta de recursos materiais para bem desempenhar sua função, exijam um descanso maior, anualmente, para eliminar o cansaço cerebral;, destacou.
Procurada pela reportagem, Eliana Calmon disse ao Correio que não responderá as críticas. Afirmou, porém, que a resposta sobre a sua sugestão de reduzir as férias dos juízes será da sociedade. ;E os dias trabalhados dos outros trabalhadores brasileiros, são diferentes?;, questionou.
Os 60 dias de férias dos juízes e desembargadores estão previstos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman). Para que haja mudança, será necessária a aprovação de uma lei complementar. Vários projetos tramitam no Congresso Nacional, um deles do senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, é preciso que o Judiciário aumente o número de dias do ano em que trabalha. Ele alertou para o fato de que além dos 60 dias de férias, os juízes dispõem de mais 19 dias de recesso, mais folgas regimentais. ;Somando, são mais de 80 dias por ano. A solução é terminar com esses recessos ou então diminuir as férias, uma vez que o juiz trabalha menos dias que qualquer trabalhador.;
Em setembro, os colegas de Eliana no CNJ divulgaram uma nota de repúdio à magistrada, por ela ter afirmado, em entrevista, que ;há bandidos escondidos atrás da toga;. Na ocasião, ela defendia a manutenção dos poderes do CNJ em relação à punição disciplinar de magistrados.