Brasil

Viúva apontada como mandante da morte de milionário da loteria é absolvida

postado em 04/12/2011 08:00
O Ministério Público de Macaé, no Rio de Janeiro, e a família do ex-agricultor Renné Sena vão recorrer na Justiça para tentar anular o julgamento de Adriana Almeida, que era acusada de mandar matar o homem que ficou milionário após ganhar um prêmio da Mega-Sena. Ela foi absolvida na madrugada de ontem, em um júri que durou cinco dias, envolvendo outros três réus, que também foram considerados inocentes. Adriana emocionou-se quando a sentença foi lida e novamente quando foi posta em liberdade. A cabeleireira, que se casou com Renné depois de ele ficar milionário, é uma das herdeiras de uma fortuna calculada hoje em R$ 100 milhões.

Segundo o advogado Marcus Rangoni, que representa Renata Sena, filha do ex-agricultor, a família vai esperar o Ministério Público se manifestar. Os promotores que atuam no caso afirmaram que vão recorrer da sentença assim que ela foi proferida pela juíza Roberta dos Santos Braga Costa. ;Esperamos a anulação do julgamento;, disse Rangoni, ressaltando que Renata está revoltada e considera a decisão judicial um absurdo. ;Nós entendemos que os jurados foram induzidos ao erro;, observa o advogado.

A defesa da viúva tentou incriminar Renata, ressaltando que Adriana contou a ela, dias antes do crime, que Renné tinha dúvidas sobre a paternidade e que planejava fazer um teste de DNA. A filha do ex-agricultor alegou que não recebeu nenhuma intimação solicitando o exame. Após a morte de Renné, Adriana entrou com uma ação na Justiça pedindo o teste. A filha negou judicialmente o exame, mas procurou um laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que usou material genético de irmãs de Renné para comprovar o parentesco.

O caso envolvendo a morte de Renné Sena foi um dos mais rumorosos do Rio nos últimos anos. O ex-agricultor, que era cadeirante, ficou milionário depois de receber um prêmio de R$ 52 milhões da Mega-Sena em 2005. Em poucos meses, começou a namorar a cabeleireira, com quem foi morar dois meses depois em uma fazenda que adquiriu. Em uma manhã de janeiro do ano seguinte, ele foi morto com quatro tiros por dois homens encapuzados em um bar. As suspeitas da família recaíram sobre Adriana, que havia entrado no testamento feito pelo ganhador da loteria. A fortuna deixada pelo ex-agricultor ainda está interditada pela Justiça e o desfecho do caso será na área cível.

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