Brasil

Sem investimentos, movimento pela divisão do Pará deve ganhar força

postado em 12/12/2011 15:57
O cientista político da Universidade Federal do Pará (UFPA) e professor Edir Veiga defendeu nesta segunda-feira (12/12) que o governo do estado faça um novo planejamento para as regiões que dariam origem aos estados do Tapajós e de Carajás. A recomendação foi feita após a realização do plebiscito sobre a divisão do estado em três, no qual 33,4% apoiaram a iniciativa, mas 66,6% rejeitaram.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, que foi ao ar na manhã de hoje, na Rádio Nacional, o professor disse é ;muito maior a responsabilidade; do governo estadual em relação à execução de políticas públicas no Pará devido à discussão causada pela possibilidade de divisão da região.

;O governo vai ter que fazer planejamento integrado, de longo prazo, para demonstrar para essas regiões que não basta o discurso de véspera de eleição ou plebiscito, há de se pensar um governo que busque investir principalmente nessas regiões conflagradas;, disse Veiga.

O professor acrescentou que, caso não haja iniciativas do governo do Pará no sentido de atender às reivindicações da população, superando as diferenças inter-regionais, o movimento pela divisão do estado se intensificará. Segundo ele, esse movimento pode ganhar força e nas próximas eleições, em 2014, a população apoiar os que defendem a proposta de divisão do estado.

;A forma de o governo superar esse movimento é demonstrar que vai investir na região, melhorar o aparato de segurança, equipamentos de saúde, infraestrutura, rodovias e sanamento. Se isso não acontecer, o movimento vai continuar forte, porque já data pelo menos da década de 1980.;

Veiga disse ainda que na região do Tapajós, no oeste do Pará, há um movimento de mais de 150 anos em busca da emancipação. ;A população se sente abandonada pelo governo do estado;, disse Veiga. ;De R$ 12 bilhões do orçamento do estado em 2010, foram investidos apenas 5% na região do Tapajós;, acrescentou.

Segundo o professor, a região de Carajás tem um contexto diferente, é autossustentável economicamente, mas também reclama do ;esquecimento; por parte do governo do Pará. Na década de 1970, muitos imigrantes chegaram à área e contribuíram para o desenvolvimento local, principalmente na agricultura, pecuária e, atualmente, produção mineral. Muitos municípios recebem royalties da mineradora Vale e contam com uma classe empresarial ativa e um movimento social organizado.

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