postado em 19/12/2011 16:59
Rio de Janeiro ; Cerca de 100 jovens cientistas retiraram nesta segunda-feira (19/12), no Consulado-Geral dos Estados Unidos, o visto para viajar aos Estados Unidos. Realizado em três cidades, o mutirão, que faz parte do convênio entre os Estados Unidos e o Brasil para o Programa Ciência sem Fronteiras, ocorreu em mais três capitais. O programa financiará os estudos de 841 universitários da área de ciências exatas, durante um ano, em instituições acadêmicas norte-americanas.O estudante de geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Guilherme Sonntag Hoerlle, de 22 anos, que pretende se especializar em geologia econômica na área de prospecção e mineração, conta que teve apenas dois dias para juntar todos os documentos necessários para concorrer à bolsa e que, por pouco, perderia o prazo.
;Eu e meus colegas viramos duas noites só para preencher todos os formulários. Mas valeu. Os Estados Unidos têm tradição na área e vai ser uma experiência de vida única. Já pensava nessa possibilidade desde que entrei na faculdade.;
De manhã, em conversa com os bolsistas, o cônsul-geral dos Estados Unidos, Dennis Hearne, disse que o convênio é uma oportunidade histórica de estreitar as relações bilaterais entre os dois países, além de uma iniciativa transformadora para o conhecimento nas áreas científicas.
;Com base em meus 26 anos de experiência em diplomacia, posso dizer que este é um programa da mais alta importância para a sua geração e para todos nós. Vocês [estudantes] vão ampliar seus conhecimentos, mas acima de tudo vão contribuir e enriquecer as instituições onde vão estudar, com seu ponto de vista brasileiro e seu entendimento de mundo. E isso não tem preço;, disse Hearne.
Os bolsistas vão receber passagem aérea, bolsa mensal de US$ 870, seguro-saúde, auxílio-moradia e taxas de infraestrutura, além das mensalidades escolares.
Estudante de engenharia de alimentos da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Maitê Harguindeguy, de 21 anos, já está com a viagem rumo a Oregon, Portland, marcada para janeiro. Maitê acredita que a experiência será muito boa, sobretudo para aprimorar-se na língua inglesa, porque, em engenharia, exige-se fluência no idioma. Ela ressaltou que também é importante a experiência de viver em outro país e encarar outra cultura. ;Além disso, tem três meses de estágio no fim do curso, e isso pesa muito no currículo.;
A representante da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Maria de Fátima Battaglin, lembrou a responsabilidade ética e moral exigida dos bolsistas, que terão de agir com retidão enquanto estiverem no exterior, pois seus estudos estão sendo custeados pelos contribuintes brasileiros. ;Todos vocês têm pela frente uma grande responsabilidade de encarar esse novo mundo de uma universidade. Precisam estar muito comprometidos e ter realmente um acréscimo no conhecimento, na inovação e na vida acadêmica.;
Lançado em julho, o Programa Ciência sem Fronteiras pretende mandar 100 mil bolsistas para o exterior nos próximos três anos, com investimentos de R$ 3,1 bilhões. As áreas prioritárias são de engenharia, física, química, computação, biotecnologia e energias renováveis, além de setores que demandam mão de obra altamente qualificada.