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Ministério da Educação terá que explicar percurso das questões do Enem

postado em 24/12/2011 08:06
O delegado da Polícia Federal responsável pela investigação sobre o vazamento das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Nelson Teles Júnior, deve vir a Brasília na próxima semana para ouvir funcionários do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo Enem. Nesta semana, ele se reuniu com os procuradores da República Oscar Costa Filho e Maria Candelária Di Ciero, que protocolaram requerimento no Ministério Público Federal do Ceará (MPF-CE) cobrando explicações do MEC, para acertar a reunião.

Segundo Costa Filho, o Ministério ainda precisa apresentar os documentos que comprovam o percurso interno das perguntas até chegarem a impressão das provas, conhecido como processo interno de tramitação dos itens. No Enem deste ano alunos do Colégio Christus, em Fortaleza, tiveram acesso antecipado a 14 questões. O MEC reconheceu que elas vazaram de um caderno da etapa do pré-teste, realizada pelo Inep em alguns colégios sorteados para medir a dificuldade das questões presentes no banco de itens. ;O MEC precisa ter todo esse percurso registrado. Etapa por etapa. Alguma coisa misteriosa aconteceu dentro do Inep e precisamos desse material para saber como foi possível acontecer isso;, argumenta o procurador. ;O Enem é uma caixa-preta. Nada do que eles fazem é auditável. Falta transparência;, critica.

Enquanto isso, candidatos passaram os últimos dias bastante irritados. Depois que o MEC antecipou os resultados individuais, surgiram reclamações nas redes sociais quanto a correção da prova. A carioca Isabella Pilar afirmou estar insegura por não compreender como funciona o sistema de pontuação. Para o estudante de Belo Horizonte Igor Patrick Silva é injusto os candidatos não terem acesso às correções. ;Já que não temos acesso à prova, pelo menos deveríamos saber qual o grau de dificuldade atribuído a cada pergunta;, avalia. O professor da Universidade de Minas Gerais e pesquisador do grupo de Avaliação e Medidas Educacionais da instituição, Francisco Soares, argumenta que o TRI não é um bicho de sete cabeças, mas que deveria ter mais informações para tranquilizar os candidatos. ;Não existe segredo, por isso, os parâmetros de cada item deveriam ser públicos para a sociedade ir se familiarizando;, defende.

O método utilizado no Enem é o da Teoria de Resposta ao Item (TRI), usado em outras avaliações do Inep. Cada questão é classificada como fácil, médio ou difícil e recebe pontuações distintas. Por isso não é possível comparar o número de acertos em uma área do conhecimento com o de outra. O objetivo da TRI é evitar que o candidato consiga se valer do chute na hora de responder.


Vazamento 2009

O Tribunal Regional Federal da 1; Região em Brasília determinou que o Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), responsável pelo vazamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009, pague ressarcimento de mais de R$ 73 milhões ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Na ocasião, o Inep precisou cancelar a prova em todo o Brasil e contratar emergencialmente o consórcio Cespe/Cesgranrio para repetir os procedimentos para aplicação da prova, o que acabou custando mais de R$ 120 milhões.

Em outubro, estudantes cearenses protestaram contra o ministério

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