Landercy Hemerson
postado em 03/01/2012 10:23
As fortes chuvas que tem castigado o estado, principalmente a Região Metropolitana de Belo Horizonte, não são reflexos de mudança climáticas e nem respostas da natureza devido ao aquecimento global, segundo explica o meteorologista Jorge Moreira, do 5; Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão do governo federal. "Se não estivesse chovendo neste período, aí teríamos uma situação de mudança climática. Mas o que ocorre neste momento é um fenômeno normal entre novembro e janeiro, que é a Zona de Convergência Atlântico Sul (ZCAS)", diz Moreira.[SAIBAMAIS]De acordo com o meteorologista do Inmet, nesta época do ano há um fluxo de vapor vindo da região amazônica que se encontra com a massa fria estacionada no sudeste, resultando nas fortes chuvas. "No mês passado, comparado a igual período em 2010, choveu mais do que o dobro, ou seja, 720 milímetros contra 293. Foi um volume significativo, mas não o maior já registrado em um mês na cidade, que em janeiro de 1985 choveu o equivalente a 850 milímetros. Do ponto de vista meteorológico não há novidades. O que pode estar ocorrendo de diferente é o agravamento das consequências das chuvas, devido ao crescimento urbano descontrolado", assinalou Jorge Moreira.
O meteorologista Ruibran dos Reis, do Climatempo, também aponta a ZCAS como um fenômeno normal do período. "O que ocorre é que este encontro a umidade amazônica e a massa fria estacionada em alguns anos é mais ao norte ou sul da Região Sudeste. Este ano, ela está concentrada na área central e que está na capital mineira está sentido os impactos. Porém, entre 2010 e 2011, as chuvas castigaram o Sul Mineiro e o estado de São Paulo. A tendência é de um rápido veranico ainda este mês, cujo nas primeiras 48 horas choveu 164 milímetros, que representa o volume esperado para 15 dias, conforme a média do mês", analisa Ruibran.