Brasil

Secretário acriano confirma que haitianos refugiados sofrem violência

postado em 03/01/2012 13:13
Os haitianos que entram de forma ilegal diariamente no Brasil pelas fronteiras do Acre com a Bolívia e o Peru, além de apresentarem problemas de saúde decorrentes da longa viagem, chegam psicologicamente transtornados. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, disse que durante o percurso até Brasileia (AC), onde ficam provisoriamente até que seja regularizada a permanência no país, os imigrantes são vítimas de violência, inclusive sexual, por bolivianos e peruanos, responsáveis pelo transporte ilegal.

Esse é um dos maiores problemas enfrentados pelo governo do Acre, incapaz de lidar com as dificuldades por que passam os 1.250 imigrantes (último registro oficial) que estão em Brasileia (AC). ;Psicologicamente eles chegam o bagaço e nós não temos como fazer nada;, acrescentou o secretário acriano.

Nilson Mourão disse que o governo do estado colheu uma série de relatos de abusos cometidos geralmente por taxistas do Peru e da Bolívia que podem ser comprovados, mas acrescentou que o Acre está incapacitado de tomar providências. ;Não temos como fazer nada. Já foram feitos contatos com o ministro Patriota [Antonio Patriota, de Relações Exteriores] para ver o que se pode fazer em parceria com os governos da Bolívia e do Peru.;

Para se ter um exemplo da gravidade dos abusos cometidos, ele relatou que crianças presenciam o estupro de suas mães por coiotes (pessoa responsável pelo transporte do imigrante ilegal). Apesar dos relatos colhidos, Nilson Mourão disse que muitos haitianos temem repeti-los oficialmente com medo de serem repatriados. Segundo ele, cada coiote peruano ou boliviano cobra entre US$ 1,1 mil e US$ 1,5 mil para o transporte de grupos de haitianos até o Acre.

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