Brasil

Chuvas interrompem férias de chefes da Casa Civil e da Integração Nacional

Paulo de Tarso Lyra, Juliana Braga
postado em 04/01/2012 07:33
A intensificação das chuvas no país antecipou o fim das férias da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. A presidente Dilma Rousseff também deve retornar a Brasília antes do prazo planejado. Desde ontem, contudo, ela entrou em contato com governadores e ministros mais próximos para discutir o impacto e as medidas a serem tomadas em relação aos estragos provocados pelos temporais, principalmente em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

Dilma telefonou para o governador mineiro, Antonio Anastasia. Ofereceu ajuda federal e colocou à disposição recursos financeiros e humanos. A presidente também conversou com o ministro interino da Casa Civil, Beto Vasconcelos, que responde pela pasta na ausência de Gleisi. Beto, inclusive, coordenaria hoje uma reunião para tratar sobre os danos provocados em rodovias que cortam os estados atingidos, assunto que envolve o Ministério dos Transportes.

O retorno de Dilma em 5 de janeiro era uma possibilidade considerada desde a semana passada, mas que se mostrou necessária diante da situação no Sudeste. Ao longo do feriado, Dilma, que está na Base Naval de Aratu, próxima a Salvador, recebeu informações constantes dos estragos causados pelos temporais. A previsão era de que a volta fosse para o Palácio da Alvorada e não para o Planalto.

Ainda na noite de segunda-feira, Gleisi havia telefonado para Dilma e avisado sobre o retorno antecipado ao trabalho. A ministra, no início da noite de ontem, conversou com Fernando Bezerra e pediu que ele também retornasse de Pernambuco para coordenar as ações de resposta e de recuperação de sua pasta. ;Mesmo no recesso, já estava acompanhando os desastres causados;, disse o ministro, por telefone.

Gleisi avisou a Dilma, no início da semana, que retornaria ao trabalho. Ontem, a ministra-chefe da Casa Civil pediu a Bezerra que fizesse o mesmo

Fernando Bezerra prometeu explicar, em uma coletiva na tarde de hoje, por que a Secretaria Nacional de Defesa Civil liberou apenas R$ 659 milhões, aproximadamente 55% do R$ 1,1 bilhão previsto para 2011. O investimento em prevenção, conforme antecipou o Correio ontem, foi ainda menor: dos R$ 260.248.928,69 empenhados, apenas R$ 28.978.541,30 foram pagos. ;O investimento em prevenção é mais lento porque você tem que ter projeto. Estamos aguardando documentos dos estados para agilizar a liberação;, explicou Bezerra. O ministro adiantou que serão criados três centros de monitoramento: no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Espírito Santo, estados em que as chuvas de verão costumam provocar maiores estragos.

Reuniões
Na tarde de ontem, Gleisi reuniu-se com o ministro interino da Integração Nacional, Sérgio Castro, o secretário-adjunto da pasta, Ivan Ramos, e o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre. Segundo Ramos, foi uma reunião de monitoramento. Desde agosto, de acordo com ele, o ministro da Integração Nacional tem se encontrado com Gleisi para tratar das chuvas.

Ivan Ramos também afirmou que a pasta ainda não recebeu nenhuma solicitação de Minas Gerais. Em medida provisória publicada em 24 de dezembro, o governo destinou R$ 450 milhões para contornar situações de emergência nos estados. Ivan estima que o tempo entre o pedido e o pagamento seja de 5 a 10 dias.

[SAIBAMAIS]Apesar das primeiras mortes e enchentes, tanto Ivan Ramos quanto Carlos Nobre acreditam que haverá menos desastres em 2012 devido aos centros de alerta. ;A antecipação dos desastres varia de acordo com o tipo. Deslizamentos de terra, por exemplo, podem ser detectados com seis horas de antecedência;, disse Nobre. Perguntados sobre a razão de os centros terem falhado na tarefa de evitar as mortes registradas até agora, ambos desconversaram. ;A avaliação só poderá ser feita mais para frente. Mas o Brasil está finalmente caminhando na trilha de modernizar seus sistemas de prevenção;, afirma Carlos Nobre.

Pessoalmente
No início do ano passado, quando as chuvas castigaram a Região Serrana do Rio de Janeiro, Dilma Rousseff fez questão de ir pessoalmente ao local acompanhar as operações de resgate em Nova Friburgo e Teresópolis e concedeu entrevistas coletivas ao lado do governador do Rio, Sérgio Cabral, do vice, Luiz Fernando Pezão, e dos ministros da Integração, Fernando Bezerra, e das Relações Institucionais, Luiz Sérgio ; que é presidente do PT fluminense e atualmente ministro da Pesca.

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