postado em 04/01/2012 08:09
O balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado ontem indica menos mortes nas estradas nacionais durante os feriados de fim de 2011 em relação ao mesmo período de 2010. De 16 de dezembro de 2011 a 2 de janeiro de 2012, foram 380 acidentes fatais, com 460 óbitos ; uma redução de 18% quando comparado a 2010, que teve 442 acidentes fatais e 558 mortes. As unidades da Federação com maior índice de mortes foram Minas Gerais (66), Bahia (42) e Santa Catarina (32). Nas estradas que cortam o Distrito Federal, a quantidade de vítimas subiu: de 13 para 15. Em Goiás, caiu: 22 e 19. A Operação de Fim de Ano 2011 da PRF também registrou queda de 16% no número de feridos em relação ao período anterior. Foram 7.272 nas festas de 2010/2011 e 6.121 em 2011/2012. O número total de acidentes também caiu: de 11.643 para 10.536. De acordo com a corporação, o réveillon foi o período com a maior redução no número de mortes nas rodovias, quase a metade do ano passado. O relatório aponta que, entre 30 de dezembro de 2011 e 2 de janeiro de 2012, houve 75 óbitos, contra 134 em 2010 ; uma redução de 44%. Segundo o coordenador-geral de Operações da PRF, Giovanni di Mambro, esses resultados estão relacionados a um reforço em ações integradas de fiscalização em áreas com tráfego intenso e mais risco de acidentes, além de campanhas educativas para os motoristas. As principais causas de acidentes nas estradas federais, segundo a PRF, incluem ultrapassagens indevidas, saída de pista seguida de capotamentos e a ingestão de bebidas alcoólicas.
Mas o especialista em segurança no trânsito e professor da Universidade de Brasília (UnB) David Duarte Lima argumenta que as tragédias no trânsito não se restringem à irresponsabilidade dos motoristas. Para ele, grande parte do problema está na condição das estradas brasileiras. Uma pesquisa divulgada em outubro do ano passado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostrou que 57,4% das rodovias apresentam ;algum tipo de deficiência;, enquanto 26,9% ;estão em situação crítica;.
Para o professor da UnB, o governo não investe em tecnologia como deveria. ;Até hoje, usamos recursos dos anos de 1950. A infraestrutura rodoviária do país é originalmente muito ruim. As estradas são cheias de curvas, subidas, descidas, mal sinalizadas, perigosas e constituem grandes fatores para acidentes em estradas;, afirma o especialista.
Colaborou Larissa Leite