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Kits de atendimento às calamidades começam a chegar a Belo Horizonte

postado em 08/01/2012 08:05
Minas Gerais recebeu ontem medicamentos e suprimentos fornecidos pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira que serão distribuídos às vítimas das chuvas. Os kits de atendimento às calamidades começaram a chegar a Belo Horizonte na madrugada de sábado e serão enviados, a princípio, para 17 municípios. Posteriormente, outras cidades também podem recebê-los, de acordo com a necessidade.

O Ministério da Saúde enviou 8t de kits, que contêm antibióticos, anti-inflamatórios, antiparasitários, máscaras, cateteres e seringas, entre outros materiais. A quantidade enviada é suficiente para atender 20 mil pessoas por três meses.

Mais uma morte foi divulgada e quatro municípios decretaram situação de emergência ontem, no estado. Já são 103 e mais 54 com registro de eventos adversos, como deslizamentos e enxurradas. Diego Vieira, 28 anos, morreu no município de Monte Nova (MG). O jovem ia atravessar uma ponte, perdeu o equilíbrio e tentou se apoiar em um poste de iluminação pública. Ao tocar o equipamento, Diego foi atingido por uma descarga elétrica e seu corpo, levado pela enxurrada. Desde que começaram os temporais, 12 pessoas morreram e 35 ficaram feridas; duas estão desaparecidas.

Em Esmeraldas (MG), desabamento de casas e de pontes levou o prefeito a decretar situação de emergência

Em Espírito Santo, o volume de chuvas diminuiu, e o sábado foi dedicado às ações de resposta aos temporais nas áreas afetadas. A Defesa Civil do estado e a nacional apoiam as ações nos municípios de Viana e Cariacica, com vistorias para detectar áreas de risco. Também auxiliam os municípios com os trâmites burocráticos para a abertura de pedido de estado de emergência. Por lá, seis cidades decretaram estado de alerta. Até o fechamento desta edição, o estado contabilizava 451 pessoas desabrigadas, 3.093 desalojadas, 56 feridas e 5.243 edificações danificadas.

No Rio de Janeiro, a chuva deu uma trégua ontem pela manhã. Com isso, o nível das águas do Rio Muriaé, que alagou mais de mil residências na comunidade de Três Vendas, em Campos de Goytacazes, no norte fluminense, começou a baixar. De acordo com a Defesa Civil da região, a previsão é de mais chuva para os próximos dias. Mas o órgão informou que não deve haver transbordamento dos rios nos municípios afetados pelas enchentes.

A situação em Campos de Goytacazes agravou-se na última quinta-feira, quando o dique da BR-356 rompeu, abrindo uma cratera de cerca de 20m na estrada. A maior preocupação da Defesa Civil é o bairro de Três Vendas, porque alguns moradores ainda estão em cima das lajes de suas casas. Apesar do problema, o município não decretou situação de emergência. No mesmo trecho, em 2009, ocorreu um outro rompimento também devido à cheia do rio.

Prejuízos
Uma estimativa feita pela Defesa Civil aponta que a comunidade de Três Vendas levará pelo menos três meses para se recuperar dos prejuízos causados pela enchente dos últimos dias. De acordo com o último boletim, há 1.088 pessoas desabrigadas e 3,6 mil desalojadas. Segundo a entidade, a população precisa de água, colchonetes e cestas básicas. A empresa Ampla, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica na região, informou que a luz não chegou a ser cortada.

No estado do Rio, sete cidades das regiões Noroeste e Norte ; Aperibé, Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Miracema ; decretaram situação de emergência. A Defesa Civil contabilizou 95.848 pessoas afetadas pelas chuvas desde o início de janeiro.

Na última sexta-feira, a cidade de Manaus ficou às escuras por cerca de duas horas. O blecaute ocorreu durante uma tempestade. A Eletrobras Amazonas Energia informou que o apagão foi provocado por uma série de descargas elétricas.


Seca prejudica mais de 415 mil
Chega a 98 o número de municípios do Rio Grande do Sul atingidos pela estiagem. No total, a falta de chuva afeta a vida de 415.480 pessoas, de acordo com a Defesa Civil. O governador em exercício, Beto Grill, assinará amanhã um decreto coletivo de situação de emergência das cidades atingidas. A intenção é apressar a liberação de verbas federais para auxiliar os locais prejudicados.

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