postado em 10/01/2012 08:05
Enchentes, queda de uma barreira, deslizamento de barranco e o desabamento de casas deixaram pelo menos 12 mortos, na madrugada de ontem, em cidades do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Os dois estados, além do Espírito Santo, são afetados por fortes chuvas desde o fim do ano passado e, juntos, reúnem 129 municípios em estado de emergência e pelo menos 23 mortos ; até o fechamento desta edição, existiam cerca de 20 pessoas desaparecidas em função do deslizamento de terra que atingiu oito casas na cidade de Sapucaia, no centro-sul fluminense. ;A nossa expectativa é achar alguém com vida;, afirmou ontem o secretário de comunicação do município, Sérgio Campante. O município recebeu reforço do Corpo de Bombeiros de outras quatro cidades e de uma equipe especializada em busca e salvamento. O secretário do estado de Defesa Civil do estado, Sérgio Simões, também visitou o local.
Dados do Sistema de Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro mostram que está em alerta máximo o nível dos cinco rios que cortam o noroeste fluminense, incluindo o Rio Muriaé, que passa por cinco municípios fluminenses. Ontem, o secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, afirmou que cidades cortadas pelo Muriaé e prejudicadas pela chuva receberão três desvios de excesso de água e uma barragem. As obras, segundo Minc, foram pré-aprovadas pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e pelo governador do estado, Sérgio Cabral. ;Cidades que estão debaixo d;água foram construídas dentro do Rio Muriaé de forma inadequada. Por isso, apresentamos esse projeto estrutural para resolver o problema das enchentes na região;, afirmou Minc. Esses projetos, somados a outros que incluem a recuperação de canais e diques, somam cerca de R$ 850 milhões.
Até a madrugada de ontem, o município de Sapucaia (RJ) não tinha registrado ocorrências em função das chuvas. No entanto, o deslizamento, ocorrido no distrito de Jamapará deixou pelo menos nove mortes, incluindo integrantes de uma mesma família. Ao tentar fugir do desabamento que atingiu oito casas, a família tentou se abrigar dentro de um fusca, que também foi soterrado. Uma casa ainda desabou em outra localidade do município, deixando uma pessoa morta. No total, sete adultos e duas crianças perderam a vida, segundo a Defesa Civil. No distrito de Outeiro, localizado na cidade de Cardoso Moreira (RJ), devido ao rompimento de um dique no último domingo, 900 moradores foram retirados de suas casas.
Ruas inundadas
Em Minas Gerais, 116 cidades publicaram decreto de situação de emergência. Uma das regiões com o maior número de cidades atingidas, a Zona da Mata registrou ontem pelo menos três mortes, provocadas pelas chuvas no município de Além Paraíba. O nível do Rio Paraíba do Sul, que corta a cidade, subiu e inundou dezenas de ruas, provocando deslizamentos de terra. Um homem morreu soterrado e uma mulher e uma criança teriam sido arrastadas por uma enchente. Com as mortes, chega a 15 o número de vítimas das chuvas no estado desde outubro. Minas Gerais registra ainda mais de 12 mil desalojados e mil desabrigados. Outras três pessoas estão desaparecidas. No Espírito Santo, a Defesa Civil registrou mais de 500 desabrigados, 2.400 desalojados e 50 feridos.
Emergência coletiva
O governador em exercício do Rio Grande do Sul, Beto Grill, assinou, na manhã de ontem, um decreto coletivo de emergência para as cidades gaúchas afetadas pela estiagem. A medida beneficia diretamente 93 municípios. O decreto coletivo foi sugerido pela Casa Civil com o objetivo de agilizar a liberação de recursos federais para produtores agrícolas. O governo ainda deve anunciar medidas emergenciais, como a abertura de poços, açudes e sistemas de irrigação para propriedades rurais de pequeno porte. É calculada em R$ 2 bilhões a perda causada pela estiagem nas lavouras de milho, soja e feijão. A seca afeta mais de 460 mil pessoas no Rio Grande do Sul.