postado em 15/01/2012 08:00
Na esteira da descentralização econômica, iniciada na década de 1990, quando indústrias e empresas deixam o Sudeste rumo a outras regiões e a cidades de médio porte, os municípios do entorno de diversas capitais, sobretudo no Nordeste, experimentam a chegada do progresso, com todos os pontos positivos e negativos. Em Simões Filho (BA), primeiro lugar no ranking do Mapa da Violência, não foi diferente. Com absurdas 146 mortes por 100 mil habitantes, o município fica a 30km de Salvador. Lá, a violência está ligada ao uso e ao tráfico de entorpecentes. ;Não temos dúvidas de que a droga é o pano de fundo do problema. Como temos uma área rural grande, quando a polícia em Salvador aperta, os traficantes vêm para cá. Há trilhas pela mata que dão em outras cidades;, diz Antonio Fernando do Carmo, delegado titular da 22; Delegacia de Polícia de Simões Filho.[SAIBAMAIS]Periferias
Segundo ele, a criminalidade no município tem participação maciça de jovens. ;Há muitos garotos que são viciados e cooptados pelo tráfico, tornando-se soldados;, diz. A atuação, porém, ocorre nas áreas mais periféricas da cidade. No centro, câmeras reduziram a ocorrência de crimes. Embora não negue o problema ;grave; da violência em Simões Filho, o delegado contesta o lugar de município brasileiro mais violento. ;Como temos um hospital grande, muitos baleados acabam vindo para cá. Quando morrem, o registro acaba sendo feito aqui. Outro problema está na desova de corpos.; Pitanguinha é um resíduo de Mata Atlântica em Simões Filho em que cadáveres são encontrados frequentemente.
O mesmo motivo é alegado por Rubens Recalcatti, chefe da Delegacia de Homicídios em Curitiba. Ele ressalta que, por ficar a apenas 30km da capital e na beira da BR-116, Campina Grande do Sul (PR) acaba servindo como ponto de despacho de corpos. Mas Recalcatti não desconversa sobre os altos índices de homicídio, 130 por 100 mil habitantes, que coloca o município, parte da Região Metropolitana curitibana, em segundo lugar no ranking. As drogas, mais uma vez, são as protagonistas. ;O usuário, talvez por causa do crack, está morrendo exageradamente. Ou pelo desgaste que a própria substância provoca ou assassinado.; O restante dos homicídios, de acordo com o delegado, está relacionado a desavenças pessoais, vingança ou crimes passionais.