postado em 27/01/2012 18:07
Ao participar de uma mesa de debates sobre democracia e diante de um auditório lotado no Fórum Social Temático (FST) 2012, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos cobrou da presidente Dilma Rousseff mais diálogo com os movimentos sociais.Ele ressaltou que a crise que atinge fortemente países europeus demonstra que o capitalismo é antidemocrático e que a luta democrática precisa ser de cunho anticapitalista. ;O totalitarismo gradual vai minando as nossas forças e as nossas aspirações democráticas;, disse. ;A democracia representativa se virou de costas para as populações;, completou.
Em resposta, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que também participou da mesa, avaliou que não há ausência de diálogo entre o governo e os representantes sociais. Há, segundo ele, uma certa tensão e, muitas vezes, demora em atender reivindicações com a velocidade necessária.
;O governo não pode estar fechado em suas fórmulas. A presença da presidenta Dilma e de ministros aqui no fórum é exatamente um exercício dessa prática, de que é preciso ouvir para errar menos e ouvir para acertar mais. Isso é democracia e um exercício importante para nós;, explicou.
[SAIBAMAIS]Ainda durante o debate, o ativista Chico Whitaker avaliou que a chamada democracia representativa no país está em crise e que, além de eleger, a população precisa controlar, acompanhar, reivindicar e exigir. ;O FST é a sociedade se assumindo. Ela não se satisfaz em ser representada. Ela quer também atuar autonomamente como força social. Isso está crescendo. É uma nova cultura, de uma democracia muito mais exigente;, ressaltou.
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que também integrava a mesa, chegou a propor uma reforma política que acabe com o ;escandaloso financiamento privado; de partidos políticos brasileiros. ;Não se faz isso porque não há uma pressão social e política forte capaz de influir nos partidos;, disse.