postado em 29/01/2012 08:04
Rio de Janeiro ; A assustadora montanha de entulho que era incessantemente revirada por máquinas desde a noite de quarta-feira não existe mais. O barulho das sirenes, dos apitos e dos gritos que vinham da nuvem de poeira que pairava sobre o Centro do Rio foi substituído por um silêncio fúnebre. Como testemunhas, poucos bombeiros e agentes da Defesa Civil fluminense, observados agora pelas famílias de cinco pessoas que, até o fim da tarde de sábado (28), ainda seguiam desaparecidas. Elas não arredam o pé da sacada da Câmara Municipal à espera de notícias. A inércia das retroescavadeiras demonstra que a operação de resgate da tragédia que abalou o país está próxima do fim. No fim da tarde de sábado, quase 72 horas após o desastre, a movimentação de operários, curiosos e familiares era bem menos intensa. Para quem passou esse tempo todo ao lado de quem perdeu um ente querido no desastre, só agora a dimensão do ocorrido começa a ser mensurada. ;Estamos desde a primeira noite aqui. Agora, no fim dos trabalhos, é uma dificuldade muito grande olhar para o local que você passa todo dia e ver a tristeza no rosto das pessoas;, lamenta a diretora executiva da Cruz Vermelha, Rosely Sampaio.
[SAIBAMAIS]Sem a necessidade do uso das máscaras para evitar a fumaça tóxica, já dissipada, os bombeiros que ainda permanecem no local usam as próprias mãos para tentar encontrar um novo corpo. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil do Rio, coronel Sérgio Simões, a retirada do efetivo ocorrerá somente quando todos os desaparecidos forem encontrados.
Desde a primeira noite envolvido com a tragédia, o próprio coronel Simões reconhece a consternação nesta etapa final das operações: ;É muito triste, mas o nosso alívio de agora é tentar minimizar esse sofrimento dos parentes, encontrando os corpos que faltam;.